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Forças leais ao presidente Abdo Rabbo Mansour Hadi conseguiram ontem impedir o avanço do grupo houthi rumo ao sul do país. | Nabeel Quaiti/Reuters
Forças leais ao presidente Abdo Rabbo Mansour Hadi conseguiram ontem impedir o avanço do grupo houthi rumo ao sul do país.| Foto: Nabeel Quaiti/Reuters

O movimento xiita dos houthis cometeu vários ataques e abusos contra os profissionais de comunicação, como prisões arbitrárias e invasões de escritórios iemenitas, denunciou ontem a organização Human Rights Watch. Desde janeiro, os milicianos houthis invadiram as sedes de pelo menos três meios de comunicação. Sete incidentes com jornalistas foram registrados. Além disso, cinco funcionários da imprensa pública disseram a HRW que o movimento xiita colocou em altos cargos destes jornais e emissoras de TV seus simpatizantes desde que tomou o controle de Sana, em setembro do ano passado.

Ataque a jornalistas

O movimento xiita dos houthis cometeu ataques contra profissionais de comunicação, como prisões arbitrárias e invasões de escritórios, denunciou a organização Human Rights Watch. Desde janeiro, os milicianos houthis invadiram as sedes de pelo menos três meios de comunicação. Sete incidentes com jornalistas foram registrados.

O ministro das Relações Exteriores do Iêmen, Riyadh Yassen, pediu ontem que países do Golfo Pérsico intervenham militarmente para impedir avanços territoriais de militantes houthi, opositores ao presidente Abdo Rabbo Mansour Hadi.

“Eles estão se expandindo em território, ocupando aeroportos e cidades, atacando Áden com aviões, prendendo quem eles querem, ameaçando e juntando forças”, disse o chanceler à rede árabe Al Jazeera.

Ele pediu que seja estabelecida uma zona de exclusão área no país. “Nós expressamos ao Conselho de Cooperação do Golfo, à ONU, assim como à comunidade internacional, que deveria haver uma zona de exclusão aérea, e o uso de aeronaves militares deveria ser prevenido nos aeroportos controlados pelos houthis”, afirmou Yassen ao jornal árabe “Al-Sharq al-Awsat”.

No domingo, o enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Iêmen, Jamal Benomar, disse que o conflito no país poderá gerar algo similar ao que acontece no Iraque, na Síria e na Líbia. “A não ser que se chegue a uma solução nos próximos dias, o país cairá em um conflito ainda mais profundo”, disse.

O diplomata avaliou que o Iêmen vive uma “rápida espiral negativa”, com um conflito de caráter sectário entre xiitas e sunitas. Para Benomar, há o “temor que a Al Qaeda na Península Arábica se utilize da atual instabilidade para causar mais caos”. Na sexta-feira,um ataque a duas mesquitas xiitas na capital Sanaa deixaram mais de 150 mortos no horário da oração das sextas-feiras. A autoria dos atentados foi assumida pelo Estado Islâmico.

Ofensiva

Os xiitas houthi, que controlam boa parte do país, lançaram ontem uma ofensiva para tentar controlar o sul do Iêmen, onde está o presidente Abdo Rabbo Mansour Hadi. Ele renunciou em janeiro, mas voltou atrás e seguiu para a cidade de Áden. Ontem, as forças governistas conseguiram impedir o avanço.

Pelo menos 23 combatentes houthis e 11 membros de milícias tribais sunitas morreram em enfrentamentos na fronteira das províncias de Al Baida e de Marib, na região central do país. As milícias sunitas, apoiadas por membros da organização terrorista Al Qaeda, atacaram um reduto dos houthis em Al Zahra.

Abdo Rabbo Mansour Hadi disse ontem, durante reunião com líderes tribais em Aden, que não deseja iniciar uma guerra contra os houthis, segundo um comunicado de seu gabinete. “Nós não queremos a guerra nem somos partidários dela como solução, sofremos muito pelo bem da nação e para conseguir sua segurança”. O presidente afirmou ainda que os cidadãos iemenitas querem “saúde, educação, água, estradas e uma vida decente, e isto só será alcançado por meio da construção de um Estado federal com segurança, estabilidade, ordem e lei”.

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