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Uber e Lyft alegam que nova lei ameaça a viabilidade das suas operações na região de Minneapolis e prometeram se retirar se a norma entrar em vigor no formato atual
Uber e Lyft alegam que nova lei ameaça a viabilidade das suas operações na região de Minneapolis e prometeram se retirar se a norma entrar em vigor no formato atual| Foto: EFE/EPA/SHAWN THEW

Os moradores da cidade americana de Minneapolis, no estado de Minnesota, e sua região metropolitana podem ficar sem o Uber, o mais conhecido aplicativo de transporte do mundo, e o Lyft, seu principal concorrente no mercado dos Estados Unidos.

Em março, a Câmara Municipal de Minneapolis derrubou um veto do prefeito democrata Jacob Frey e promulgou uma lei que exige que empresas de aplicativos de transporte paguem aos motoristas uma taxa mínima de US$ 1,40 por milha (1,6 km) e US$ 0,51 por minuto ou US$ 5 por viagem, o valor que for maior, excluindo gorjetas.

O Uber e a Lyft alegam que essa norma ameaça a viabilidade das suas operações na região de Minneapolis. Segundo a agência Associated Press (AP), as duas empresas disseram que apoiam um estudo recente do Departamento de Trabalho e Indústria do Estado de Minnesota que apontou que uma taxa mais baixa, de US$ 0,89 por milha e US$ 0,49 por minuto, atingiria a meta dos vereadores de que os motoristas recebam ao menos US$ 15,57 por hora, o salário mínimo praticado em Minneapolis.

Porém, se forem adotados os valores da lei promulgada pelos vereadores, o Uber disse que vai encerrar operações na Região Metropolitana das Twin Cities e a Lyft fará o mesmo apenas em Minneapolis quando a lei entrar em vigor.

A Região Metropolitana das Twin Cities (que abrange Minneapolis, Saint Paul e outros municípios de Minnesota e Wisconsin) é a 16ª concentração urbana mais populosa dos Estados Unidos, com 3,7 milhões de habitantes. Apenas Minneapolis tem uma população de 430 mil moradores.

A Câmara de Minneapolis tem 13 vereadores, 12 do Partido Democrata e uma independente socialista, Robin Wonsley, uma das autoras da lei.

“Durante muito tempo, esta indústria explorou trabalhadores negros e trabalhadores imigrantes em busca de mão-de-obra barata. Temos a oportunidade e a responsabilidade de construir uma indústria de apps de transporte que não se baseie em salários miseráveis e na exploração”, declarou à AP.

O prefeito Jacob Frey discordou dos vereadores do seu partido e disse que outra lei é necessária.

“Todo mundo quer que os motoristas do Uber e da Lyft recebam mais. Mas conseguir um aumento não adianta muito se você perder o emprego”, disse Frey, em entrevista à WCCO-TV, afiliada da CNN. “Haverá um impacto enorme na nossa região.”

Em editorial na semana passada, o Star Tribune, o maior jornal de Minnesota, disse que a lei foi um “erro” e também defendeu sua revisão.

“Há muita coisa em jogo para tirar as empresas de apps de transporte do nosso mercado. Elas se tornaram parte integral do sistema de transporte, atendendo pessoas com deficiência, idosos e outras pessoas que não podem ou optam por não dirigir ou utilizar o transporte público”, justificou.

“Muitos trabalhadores dependem desses serviços para chegar ao trabalho ou ir a supermercados, farmácias ou instituições de saúde. E também há aqueles que usam os serviços com sabedoria quando tomam ‘umas a mais’ e tornam nossas ruas mais seguras ao pegar uma viagem para casa”, apontou o Star Tribune.

O início da vigência da norma seria em 1º de maio. Porém, nesta quinta-feira (11), os vereadores de Minneapolis adiaram a entrada em vigor da nova lei para 1º de julho, para que haja mais tempo para que outras empresas de transporte substituam o Uber e a Lyft na cidade (caso haja interessadas).

Em comunicado, a Câmara também sinalizou que pode rever os termos da lei e buscar outra solução, em articulação com o legislativo de Minnesota.

Em comunicado divulgado nesta quinta-feira, o Uber informou que o adiamento “abre caminho para que todas as partes interessadas trabalhem com os líderes [de Minnesota] em uma solução estadual que aumente os salários em nível estadual, proteja a flexibilidade e mantenha as viagens acessíveis”.

A Lyft, também em nota, se disse “encorajada pelo fato de a Câmara estar reconhecendo as falhas na sua norma incrivelmente prejudicial”. As duas empresas se comprometeram a seguir operando na região de Minneapolis até 1º de julho.

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