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| Foto: CESAR OLMEDO/AFP

Os protestos no Paraguai após a aprovação pelo Senado, nesta sexta-feira (31), da reeleição presidencial no país já tiveram um saldo de um jovem morto e dezenas de feridos na capital Assunção. Rodrigo Quintana, de 25 anos, era presidente da Juventude Liberal, do distrito de La Colmena, e faleceu após ser atingido por um tiro na cabeça. A morte dele ocorreu depois que a polícia paraguaia invadiu o prédio do Partido Liberal Radical Auténtico (PLRA).

O caso está sendo investigado pelas autoridades locais. A suspeita é de que o tiro tenha partido da arma de um dos policiais envolvidos na ação, desencadeada após centenas de manifestantes invadirem e saquearem gabinetes de congressistas favoráveis à aprovação da reeleição. Eles também incendiaram alguns pontos do prédio.

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A Constituição do Paraguai, vigente há 25 anos, não permite a reeleição presidencial. Para alterar isso, os senadores aprovaram uma emenda constitucional. A forma como a medida ocorreu despertou a ira dos manifestantes.

Primeiro, os congressistas aprovaram uma alteração no regimento interno do próprio Senado, que permite que a votação necessária para aprovar projetos de lei ou emendas constitucionais não precise mais de maioria de dois terços, mas de apenas maioria simples. O presidente do Senado também perdeu poder para acolher ou retirar projetos de lei de votação.

A manobra permitiu que a liberação da reeleição presidencial fosse aprovada com o apoio de 25 de 45 senadores. A votação ocorreu em sessão extraordinária presidida pelo segundo vice-presidente, Júlio Velazquez. O presidente do Senado se recusou a colocar a emenda em pauta e o primeiro vice não estava presente. A sessão ocorreu dentro de um gabinete, já que o presidente e congressistas da oposição ocuparam o plenário para impedir a votação.

A apreciação da emenda pelos deputados paraguaios estava marcada para ocorrer neste sábado pela manhã, mas foi cancelada após os protestos de sexta.

As ações também tiveram reflexo no Brasil. A ponte da Amizade, na fronteira com o Paraguai, em Foz do Iguaçu, ficou bloqueada por cinco horas desde esta sexta-feira. A Polícia Rodoviária Federal só conseguiu liberar o trecho durante a madrugada.

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