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Foto mostra Assange na embaixada equatoriana em Londres em fevereiro de 2016 | Ben Stansall/AFP
Foto mostra Assange na embaixada equatoriana em Londres em fevereiro de 2016| Foto: Ben Stansall/AFP

A Justiça sueca manteve nesta sexta-feira (16) a ordem de detenção internacional contra o fundador do WikiLeaks, o australiano Julian Assange, pelas acusações de estupro que pesam sobre ele desde 2010. Essa é a oitava vez em seis anos que um tribunal do país rejeita um recurso do ex-hacker australiano para evitar sua extradição do Reino Unido à Suécia

O tribunal de apelação de Estocolmo anunciou em um comunicado que Assange, refugiado desde 2012 na embaixada do Equador em Londres, seguirá “detido in absentia”, acrescentando que compartilhava a avaliação do tribunal do distrito (a instância inferior) de que Assange “ainda é suspeito de estupro” e de que existe o “risco de que escape de um processo judicial ou de uma condenação”.

Per Samuelson, um de seus advogados suecos, anunciou imediatamente em um e-mail enviado à AFP que recorrerá da sentença do Tribunal de Apelação de Estocolmo ante a Suprema Corte da Suécia.

“Lamentamos que os tribunais suecos não levem em conta a recomendação do grupo de trabalho da ONU de colocar Assange em liberdade”, disse. Neste relatório, publicado em fevereiro, ele foi considerado vítima de uma “detenção arbitrária”. Os advogados já perderam na primeira instância um recurso baseado nesta argumentação.

Na véspera da decisão da justiça sueca, o WikiLeaks divulgou elementos do boletim médico de Assange, que indicam que sua saúde se degradava em junho no início de seu quinto ano de reclusão na Embaixada do Equador, confinado em um cômodo austero de 18 metros quadrados.

Em sua sentença divulgada nesta sexta-feira, o tribunal reconhece que a lentidão do processo e “a passividade dos investigadores” suecos são “argumentos a favor” de retirar a ordem de detenção. Mas insiste que existe o “risco de que escape de um processo judicial ou de uma condenação” e afirma que “os fatos dos quais é suspeito são relativamente graves, e o interesse geral é que a investigação prossiga”.

Inimiga de Assange, a procuradora sueca que instrui o caso de estupro, Marianne Ny, comemorou a manutenção da ordem, ao considerar que o risco de que não seja julgado é alto. O ex-hacker nega firmemente as alegações contra ele, denunciando uma manobra dos Estados Unidos.

Interrogatório

Depois de meses de disputas com a Justiça e a polícia suecas, o Equador acabou por aceitar que seu convidado se submetesse a uma audiência, mas dirigida por um promotor equatoriano, Wilson Toaing. O interrogatório está fixado para o dia 17 de outubro na Embaixada do Equador em Londres.

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