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O presidente Nicolás Maduro pediu uma “reunião especial” com a Colômbia para resolver os problemas na fronteira entre os dois países depois que três soldados da Força Nacional Bolivariana ficaram feridos em uma emboscada na região.

O caso, que aumentou ainda mais as tensões entre os dois países vizinhos, provocou o fechamento da fronteira por 72 horas a partir de quinta-feira (20) e foi classificado por Caracas como uma “situação grave” e crônica.

“Estamos chegando a um ponto de ruptura com o êxodo dos colombianos para a Venezuela”, disse Maduro em um discurso transmitido quinta-feira pela rádio e televisão nacionais.

O encontro deve ocorrer entre as chanceleres dos dois países, a venezuelana Delcy Rodríguez e a colombiana María Ángela Holguín, e terá a participação dos governadores das províncias fronteiriças. O objetivo é discutir o recente incidente na região, famosa pela ação de contrabandistas e narcotraficantes.

Entre os feridos estão os tenente Alexis Rodriguez e Daniel Veloz Santaella, além do cabo Miguel Núñez Martínez. O governador de Táchira, José Gregorio Vielma Mora, afirmou que as vítimas foram atacadas pelas costas, em uma “emboscada de aniquilação”. Em Bogotá, a chanceler colombiana, Angela Holguin, afirmou que o fechamento é “uma medida soberana” da Venezuela e que a punição dos criminosos é uma “prioridade” de seu governo.

“O ataque por parte destas máfias de contrabandistas teve uma reação imediata da polícia colombiana”, disse ela, que acredita que a prisão dos responsáveis poderá ajudar a normalizar a situação com o país vizinho.

Na quinta-feira, Caracas anunciou o fechamento da fronteira dos dois países entre as cidades de San Antonio de Táchira e Ureña por 72 horas, aumentando ainda mais as tensões entre Venezuela e Colômbia. A decisão ocorreu após três soldados venezuelanos serem feridos em uma emboscada na região, provocando Maduro a pedir apoio aos moradores da região para combater o terrorismo e ações paramilitares e permitir uma investigação sobre o incidente.

“Estamos chegando a um ponto de ruptura com o êxodo dos colombianos para a Venezuela”, disse Maduro em um discurso transmitido quinta-feira pela rádio e televisão nacionais.

O documento enfatiza ainda os acordos alcançados durante a reunião em agosto de 2014, em Cartagena das Índias entre os presidentes Juan Manuel Santos e Nicolas Maduro, quando houve outra crise entre os dois países após severas restrições de passagem impostas pela Venezuela.

Contrabando

Os dois países compartilham uma fronteira de 2.219 Km, onde tanto as autoridades venezuelanas quanto as colombianas denunciam a atividade de grupos guerrilheiros, paramilitares e traficantes de drogas, combustível e outros produtos fortemente subsidiados pelo governo venezuelano.

Segundo Maduro, a emboscada aconteceu justamente no momento em que “os soldados se dirigiam para combater a máfia de contrabandistas e paramilitares que vêm da Colômbia todos os dias”.

Na cidade de Cúcuta, do outro lado da fronteira, produtos “Made in Venezuela” — como arroz, óleo, manteiga, amaciante e sabão — são vendidos, levados ao país por contrabando. Uma parcela vem de Mercal, mercado estatal de produtos subsidiados pelo governo.

Mais cedo, o secretário-geral da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), Ernesto Samper, sugeriu que “paramilitares colombianos” poderiam estar por trás do ataque.

“Há um ano nós denunciamos o perigo da interferência de paramilitares colombianos na Venezuela. Hoje se confirma que é uma realidade”, escreveu em sua conta no Twitter.

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