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Muçulmanos durante oração no mês sagrado do Ramadã em Cairo, Egito. | AW/CK/ASMAA WAGUIH
Muçulmanos durante oração no mês sagrado do Ramadã em Cairo, Egito.| Foto: AW/CK/ASMAA WAGUIH

O Ministério da Justiça escreveu em seu perfil oficial no Facebook que “jihadistas” vêm ao Brasil “para trazer mais progresso ao nosso país” e, por isso, “merecem respeito”. A frase foi escrita em resposta a um dos comentários sobre a campanha do governo contra a xenofobia e causou mal-estar nos bastidores do ministério.

E se o Estado Islâmico tiver mesmo derrubado o avião russo?

Se o Estado Islâmico (EI) realmente plantou uma bomba ou qualquer um de seus afiliados egípcios teve alguma responsabilidade na derrubada do avião russo na Península do Sinai, na semana passada, isso seria uma péssima notícia para o presidente Vladimir Putin, tanto interna quanto externamente.

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O problema é que o termo “jihadista” atualmente se aplica a radicais islâmicos que veem a luta violenta como forma de defender o Islamismo e a comunidade muçulmana contra aqueles que consideram infiéis e apóstatas (pessoas que deixaram a religião) -- muitos muçulmanos, porém, evitam o uso do termo “jihadista” por acreditar que se trata de uma associação incorreta entre conceitos religiosos nobres e a violência ilegítima.

O caso

Na semana passada, a foto de uma senhora neta de espanhóis e portugueses foi postada na página do Facebook do Ministério da Justiça acompanhada da mensagem: “Imigrantes de todas as partes do mundo ajudam a construir nosso país”.

Nos comentários, um usuário da rede social afirma que “imigrantes pacíficos são bem-vindos, já os jihadistas devem ser bloqueados de entrar no Brasil”.

Em resposta, o Ministério da Justiça afirmou nesta quinta-feira (5) que era preciso “desconstruir alguns conceitos”. “Os jihadistas, assim como qualquer outro povo de qualquer outra origem, vêm ao Brasil para trazer mais progresso ao nosso país e merecem respeito”, diz o texto postado pela pasta, que foi curtido por 12 usuários.

Segundo a reportagem apurou, horas depois a resposta foi considerada “um erro absurdo” pelo ministério, além de ter causado reações de diversos internautas, que chegaram a postar que o MJ está “apoiando terroristas”.

A resposta oficial ficou no ar até as 10h20 desta sexta-feira (6). Com a edição, o ministério lamentou o ocorrido. “O Ministério da Justiça lamenta o erro cometido na resposta no qual confunde os jihadistas com um povo. O erro crasso foi corrigido”.

Reincidente

Não é a primeira vez que um post no Facebook do Ministério da Justiça causa polêmica.

No mês passado, a mesma campanha contra a xenofobia trouxe uma imagem em que um jovem negro dizia: “Meu avô é angolano, meu bisavô é ganês. Brasil, a imigração está no nosso sangue”.

Na ocasião, usuários da rede social comentaram a publicação dizendo que imigrantes dessa nacionalidade vieram ao Brasil “traficados” e “escravizados” e que este, portanto, não era um exemplo de imigração.

Em resposta, o MJ afirmou que agradecia as contribuições e “apoia a importante discussão sobre a escravidão na nossa história”.

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