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Operários aplicam impermeabilização em módulo | Chang W. Lee /The New York Times
Operários aplicam impermeabilização em módulo| Foto: Chang W. Lee /The New York Times

A maioria dos solteiros de Nova York está familiarizada com a tirania de viver num espaço minúsculo ou, pior, num espaço compartilhado.

E, diante do crescente número de solteiros em Nova York, é inevitável que aumente também a demanda por tais espaços.

É aí que entra o My Micro NY, primeiro condomínio de microapartamentos da cidade, no número 335 da rua 27 Leste, com 55 unidades de 24 a 34 m2. O prédio começará a alugar quitinetes em meados deste ano, ao custo de US$ 2.000 a US$ 3.000 por mês.

Representação artística do edifício My Micro NY após a montagem das unidades pré-fabricadasMonadnock Development

As unidades modulares do My Micro NY, pré-fabricadas no Estaleiro Naval do Brooklyn, serão em breve empilhadas no seu endereço definitivo. Os apartamentos terão pequenas cozinhas americanas, banheiros acessíveis para cadeirantes, pé-direito com mais de 2,70 metros e janelões. E, para ajudar a tornar mais agradável a vida em um espaço tão pequeno, os moradores terão acesso a unidades de armazenamento e áreas comuns espalhadas por todo o edifício.

Para permitir que esse edifício surgisse, a prefeitura abriu uma exceção nas atuais regras de zoneamento e adensamento urbano, que limitam os apartamentos a um mínimo de 37 m2.

O projeto está sendo observado por incorporadores imobiliários e por ativistas dos direitos da moradia. Seus defensores dizem que os microapartamentos podem resultar em aluguéis mais acessíveis, já que a procura de apartamentos maiores para compartilhar pode ter inflado artificialmente o mercado de locação.

Alguns incorporadores têm uma ideia semelhante, as “microssuítes”, apartamentos que são ligeiramente maiores que o limite mínimo —com 46 m2, por exemplo—, mas com dois ou três dormitórios minúsculos.

Não há dúvida de que os nova-iorquinos conseguem viver em menos de 37 m2 —muitos já vivem.

Microapartamentos construídos antes da adoção das atuais regras de zoneamento, em 1987, existem por toda a cidade. Só em Manhattan há cerca de 3.000 apartamentos com área útil inferior ao mínimo previsto em lei.

Kelli Okuji, 27, que cursa pós-graduação na Universidade Columbia, vive nessas condições, num recém-reformado apartamento de 29 m2 no edifício Greystone, um antigo hotel.

“Para mim, a atração era morar sozinha”, Okuji. “Eu estava amontoada em um apartamento com outras três meninas e, como havia dividido casa durante oito anos, desde que era caloura na faculdade, estava a fim de ficar por conta própria.”

A empresa nArchitects, que projetou o My Micro NY, espera que o prédio acolha inquilinos de todas as idades e faixas de renda —22 das unidades terão custo mais acessível.

Críticos temem que essas microunidades acabem atraindo uma população jovem transitória, que não deixará os vizinhos dormirem. Mas nem todos os solteiros de Nova York são pós-adolescentes baladeiros.

O número de solteiros com idade superior a 65 anos na cidade cresceu quase 10% desde 2000.

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