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Após o massacre realizado na madrugada desta sexta-feira (20) em Aurora, no Colorado, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o candidato republicano, Mitt Romney, evitaram falar sobre o controle de armas no país, um assunto que foi cobrado pelo prefeito de Nova York, Michael Bloomberg.

Ambos os políticos suspenderam as atividades de campanha previstas para hoje, condenaram o massacre e expressaram seus respectivos apoios aos familiares das vítimas, mas nenhum dos dois falaram uma palavra em relação ao controle de armas no país em seus discursos.

A segunda emenda da Constituição garante o direito dos cidadãos americanos terem acesso às armas, e a Corte Suprema sempre sentenciou a favor do porte entre civis nas tentativas de limitá-las criadas em alguns estados e cidades.

Nos Estados Unidos há mais de 300 milhões de armas de fogo nas mãos dos cidadãos, e os massacres, como o ocorrido hoje em Aurora, no Colorado, reabrem o debate sobre esse direito garantido na Constituição.

O massacre de Aurora, onde um homem matou 12 pessoas e deixou mais de 50 feridos durante a pré-estreia do filme "Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge", é o mais trágico desde o massacre de 33 estudantes na universidade Virgínia Tech em 2007.

O trágico incidente desta sexta aconteceu somente a 20 quilômetros do massacre do instituto Columbine, onde dois alunos mataram 13 pessoas antes de se suicidarem em 2009.

Em setembro de 2008, antes de vencer as eleições, Obama, que manteve o silêncio sobre a posse de armas durante todo seu mandato, havia prometido aos cidadãos: "Eu não vou tirar as armas".

"O presidente acredita que necessitamos tomar medidas de bom senso que protejam os direitos da Segunda Emenda, assim como as limitações das vendas de armas de fogo presentes nas leis atuais", explicou hoje o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.

Medida

Durante o mandato de Obama, que chegou à Casa Branca em janeiro de 2009, nenhuma medida e nenhuma lei para limitar a posse de armas foi assinada. Ao contrário, desde 2009 os direitos para possuir armas aumentaram em algumas áreas, como os parques nacionais e os trens da empresa nacional de ferrovias Amtrak.

Em comunicado, a Campanha Brady contra a Violência das Armas expressou sua indignação pelo massacre em Aurora e convidou os americanos a se unirem a eles "para conscientizar os políticos a atuar" sobre o controle de posse de armas.

Paradoxalmente, Romney foi muito mais ativo que Obama no que se diz respeito às políticas de controle de armas quando era governador de Massachusetts.

Quando concorria ao senado em 1994, Romney apoiou a verificação de antecedentes e a proibição da venda de algumas armas de grande calibre. Em 2004, como governador, ele também assinou uma lei para proibir fuzis de assalto no estado, que, no entanto, também facilitava renovação da licença para portá-las.

No entanto, em 2006, Romney se uniu à influente Associação Nacional de Rifle (NRA, em inglês) poucos meses antes de anunciar sua candidatura para as presidenciais. Em 2007, ele ainda afirmou: "acredito firmemente no direito do cidadão ter armas".

Em cada ciclo eleitoral, a NRA apoia candidatos republicanos, que respondem lealmente o favor com a obstrução das iniciativas para restringir a venda de armas de fogo, especialmente as de uso militar.

Em entrevista para um grupo de blogueiros conservadores, Romney declarou não ser partidário de uma legislação sobre o controle de posse de armas e disse que poderia se opor a uma possível proibição da posse dos fuzis de assalto e das semiautomáticas.

No final de 2011, segundo uma pesquisa da Gallup, 73% dos americanos se mostrava contra a proibição da posse de armas de fogo no país.

O estudo destacou que apenas 26% eram a favor da proibição da posse de armas, sendo que há 20 anos esse número ficava em 41%.

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