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O papa mencionou duas vezes o “genocídio” dos armênios durante o Império Otomano, primeiro no mês de abril de 2015 no Vaticano e depois na sexta-feira | TIZIANA FABI/AFP
O papa mencionou duas vezes o “genocídio” dos armênios durante o Império Otomano, primeiro no mês de abril de 2015 no Vaticano e depois na sexta-feira| Foto: TIZIANA FABI/AFP

O papa Francisco “não faz cruzadas”, nem fez declarações contra a Turquia com o espírito de cruzada, respondeu neste domingo o porta-voz do Vaticano às acusações de uma autoridade turca.

“Se escutarmos o papa, não há nada que evoque um espírito de cruzada. Sua vontade é construir pontes, ao invés de muros. Sua intenção real é construir as bases para a paz e a reconciliação”, afirmou em uma entrevista coletiva em Yerevan (Armênia) o porta-voz Federico Lombardi.

“Francisco rezou pela reconciliação de todos, não pronunciou nenhuma palavra contra o povo turco. O papa não faz cruzadas, não tenta organizar guerras”, insistiu.

O governo de Ancara, por meio do vice-primeiro-ministro, respondeu de maneira muito dura no sábado, com o uso da frase “mentalidade de cruzadas”, depois que o papa mencionou de novo o termo “genocídio” diante dos políticos armênios.

A declaração é “muito infeliz”, disse Nurettin Canlikli, citado pela agência de notícias turca Anadolu.

“Não é um ponto de vista objetivo, que corresponda com a realidade”, completou.

“É possível observar todas as marcas e reflexões características da mentalidade das Cruzadas nas atividades do papa”, disse o dirigente turco.

O papa mencionou duas vezes o “genocídio” dos armênios durante o Império Otomano, primeiro no mês de abril de 2015 no Vaticano e depois na sexta-feira em Yerevan.

A Turquia rejeita o termo genocídio para classificar os massacres ocorridos entre 1915 e 1917. O país alega que as vítimas, no contexto de uma guerra civil, foram menos numerosas (a Armênia cita 1,5 milhão de mortos) e eram tanto turcas como armênias.

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