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A Presidência israelense apresentou neste domingo (2) uma denúncia à polícia por ameaças de morte ao chefe do Estado, Reuven Rivlin, por demonstrar “vergonha” pela morte de um bebê palestino em um incêndio criminoso e repudiar o ataque contra a Parada do Orgulho Gay em Jerusalém.

Em discurso na noite de sábado (1) perante mil manifestantes em Jerusalém, Rivlin defendeu a tolerância e condenou duramente os autores do incêndio que matou Ali Dawabsha, de 18 meses, e deixou seus pais e o irmão de quatro anos em estado grave. O ataque foi atribuído a extremistas judeus.

O presidente condenou ainda a atmosfera pública de intolerância que incitou o ataque à casa da família Dawabsha e o ataque a facadas que feriu seis na Parada Gay em Jerusalém.

“Chamas engoliram nosso país”, disse. “Chamas de violência, chamas de ódio, chamas de crenças falsas, distorcidas. Chamas que permitiram derramamento de sangue em nome do Torá, em nome da lei, em nome da moralidade, em nome do amor pela terra de Israel”.

Desde então, proliferam as ameaças contra sua vida nas redes sociais, informou a Presidência.

Um dos posts divulgados no Facebook nas últimas horas mostra uma foto do presidente israelense com um keffiyeh (lenço) palestino, o símbolo da Presidência da Autoridade Nacional Palestina e a legenda: “Rivlin, traidor, que sua memória seja esquecida”.

A polícia ainda não confirmou a abertura de uma investigação. Os principais ataques ocorreram na página da Presidência, onde o discurso recebeu 11 mil curtidas e muitos comentários críticos de extremistas. Entre as reações mais agressivas, estão frases como “não é meu presidente”, “veto à Gaza” e “é um terrorista dentro do governo”.

No dia da morte de Dawabsha, Rivlin postou uma mensagem em hebraico e árabe denunciando o ataque. “Mais do que sentir vergonha, eu sinto dor”, escreveu. “Dor pelo assassinato de um pequeno bebê. Dor pelos membros da minha nação qie escolhem este caminho de terror e perderam seu senso de humanidade. Seu caminho não é meu caminho. Seu caminho não é o caminho do Estado de Israel e não é o caminho do povo judeu.”

Este post recebeu mais de 10 mil curtidas e também muitas mensagens de ódio e violência, incluindo várias em que ele é chamado de terrorista e traidor.

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