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Ciente de como a reação atrapalhada a desastres naturais afetou o legado de seu antecessor George W. Bush, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, empenhou-se nesta quarta-feira em assegurar que o devastador terremoto no Haiti não se torne um pesadelo para ele no quesito relações públicas.

Diante do maior desastre internacional desde sua posse, há um ano, Obama mobilizou rapidamente uma enorme ajuda para o Haiti, antes mesmo que fosse conhecida a completa magnitude da destruição.

O governo Obama quer mostrar que aprendeu com os erros de Bush, duramente criticado pela forma como reagiu ao tsunami de 2004 na Ásia e ao furacão Katrina no sul dos EUA em 2005.

A Casa Branca também fez de tudo para demonstrar que Obama acompanha os fatos de perto, ao contrário de Bush, que passou dias dando a impressão de alheamento à destruição de Nova Orleans pelo Katrina.

É também uma chance para que Obama passe uma imagem de decisão, depois das críticas que recebeu por demorar três dias para se pronunciar sobre o frustrado atentado a um avião que seguia para Detroit no dia de Natal.

Obama se postou diante das câmeras na manhã seguinte ao tremor, prometendo uma reação rápida e coordenada a uma tragédia que ele qualificou de "cruel e incompreensível" no país mais pobre das Américas.

Ao longo do dia, a Casa Branca manteve um fluxo constante de emails a jornalistas, detalhando as notícias que Obama vinha recebendo e também seus telefonemas sobre o assunto.

O governo dos EUA prometeu enviar equipes de busca e mantimentos emergenciais ao Haiti, além de realizar sobrevoos militares para avaliar os danos. O terremoto de magnitude 7 destruiu escolas, hospitais e favelas, e teme-se que haja dezenas de milhares de mortos.

Embora ainda seja cedo para julgar a eficácia da ajuda norte-americana, Obama tentou demonstrar determinação no sentido de reafirmar a liderança dos EUA na ajuda a um vizinho em apuros."Nós temos de estar lá para eles na hora em que necessitam", declarou.

Tal atitude dialoga com a promessa, feita há cerca de um ano, de dedicar mais atenção à América Latina e ao Caribe, região que se sentia negligenciada sob o governo Bush, mas que tampouco aparece com destaque na agenda do atual presidente.

A pífia reação do governo Bush ao Katrina abalou a popularidade do presidente, que no ano anterior havia sido criticado pela suposta demora dos EUA em enviar ajuda material e humana depois do tsunami que matou 226 mil pessoas em 13 países banhados pelo Índico, especialmente na Ásia.

A ajuda inicial às vítimas do tsunami, de 35 milhões de dólares, foi considerada por muitos como uma esmola. O que serviu para resgatar a imagem dos EUA nos países afetados foi a visita assistencial realizada posteriormente pelos ex-presidentes George H.W. Bush, pai de George W. Bush, e Bill Clinton.

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