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O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, reafirmou que as negociações de paz com a guerrilha das Farc, em outubro próximo, não serão acompanhadas por um cessar-fogo entre as Forças Armadas e os rebeldes, algo que só ocorrerá após a conclusão do processo.

Santos rejeitou a disposição das Farc de decretar um cessar-fogo por ocasião do início das negociações, no próximo dia 8 de outubro, em Oslo, argumentando que "se fizerem isto, vão exigir que façamos o mesmo".

"É normal, mas não acho viável, não é realista. Eles podem pedir o que desejarem, mas até aceitarmos vai um longo caminho".

O presidente manifestou sua posição em várias entrevistas na noite de quinta-feira e nesta sexta, após se reunir com mais de 50 generais e almirantes das Forças Armadas no forte Tolemaida, no sudoeste de Bogotá.

"Deve ser uma mesa (de negociação) séria, realista e eficaz. Se escutarmos propostas que não são realistas o processo não será eficaz", disse Santos depois da reunião.

O presidente pediu aos militares "que intensifiquem sua ação" e reafirmou que "não haverá qualquer tipo de cessar-fogo até que se chegue a um acordo final, e isto precisa ficar muito claro".

Santos reagiu assim às declarações de delegados das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia em Havana sobre a proposta de um cessar-fogo após o início do diálogo em Oslo.

"Vamos pedir o cessar-fogo imediatamente após nos sentarmos na mesa", disse em entrevista coletiva na quinta-feira o comandante das Farc, Mauricio Jaramillo, em Havana.

Mas Santos não quer repetir "os erros do passado", exatamente há dez anos, quando a criação de uma área desmilitarizada de 42 mil km2 no sul da Colômbia reforçou a guerrilha e minou o diálogo.

"Não vamos ceder um centímetro" de território. "Não vai haver nenhum tipo de cessar-fogo aqui até se chegar a um acordo final", disse o presidente após o encontro com os generais.

As Farc e governos colombianos realizaram três negociações frustradas, a última há uma década com o governo de Andrés Pastrana.

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, fundadas em 1964 e que contam atualmente com cerca de 9.200 guerrilheiros, são a guerrilha mais antiga da América Latina.

Na Colômbia também está ativa a guerrilha guevarista Exército de Libertação Nacional (ELN), com 2.500 combatentes.

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