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Um encontro mundial de bispos católicos romanos foi conturbado nesta segunda-feira pelo vazamento de uma carta de cardeais conservadores ao papa Francisco, na qual reclamavam que a reunião foi organizada contra eles.

A carta foi publicada pelo mesmo jornalista italiano cujas credenciais de imprensa foram cassadas pela Santa Sé em junho, depois de ele ter vazado uma aguardada encíclica do papa sobre o meio ambiente.

No encontro, ou sínodo, de mais de 300 bispos, delegados e observadores, incluindo alguns casais, são discutidas as maneiras como a Igreja seguida por 1,2 bilhão de fiéis no mundo deve lidar com os desafios enfrentados pelas famílias nos dias atuais.

Os bispos debatem modos de defender a família tradicional e tornar o casamento para a vida inteira mais atraente aos jovens, assim como modos pelos quais a Igreja pode dialogar com católicos descontentes, tais como homossexuais e casais que moram juntos sem serem casados e divorciados.

O jornal semanal L’Espresso, que publicou a íntegra da carta em inglês, disse que 13 cardeais assinaram a carta, que foi entregue por um deles ao papa em mãos nesta semana.

O texto reclama que o relatório do sínodo precisava de “reflexão e retrabalho”, sendo inadequado para servir de base para um relatório final que possa ser usado pelo papa para redigir seu próprio documento.

A carta publicada também reclama que uma mudança, na qual pequenos grupos de discussão têm maior influência do que discursos em assembleia, “parece projetada para facilitar resultados predeterminados sobre importantes e disputadas questões”.

Um porta-voz do Vaticano disse que as cartas endereçadas ao papa são privadas.

Quatro dos cardeais conservadores citados pela revista depois negaram estarem associados ao texto. Vários disseram que cartas privadas deveriam permanecer como tais, e um cardeal disse ter assinado uma versão similar, porém diferente, da publicada.

O vazamento da carta acrescenta uma nova camada de intriga e confusão ao debate entre conservadores e liberais em relação a uma série de questões sensíveis. Entre os pontos polêmicos está o que discute maneiras da Igreja lidar com católicos que se divorciaram e voltaram a se casar em cerimônias civis.

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