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A viúva do líder palestino Yasser Arafat pediu nesta terça-feira (31) a uma corte francesa que abra uma investigação sobre a morte dele, depois que um relatório sugeriu que ele foi envenenado por uma substância radioativa, vindo a morrer em um hospital militar de Paris, em 2004.

"Meu marido morreu de um modo estranho. Há sinais que levam a acreditar que ele foi envenenado", disse Suha Arafat ao diário francês Le Figaro.

Depois de um colapso repentino, Arafat foi levado em outubro de 2004 da sede do governo palestino em Ramallah, na Cisjordânia, para a França. Ele estava confinado por Israel havia mais de dois anos e meio no destroçado QG do governo em Ramallah.

Um mês depois Arafat morreu. Os médicos que o estavam tratando disseram não ter como estabelecer uma causa precisa da morte, por isso rapidamente circularam alegações de que tivesse sido assassinado.

A ação judicial apresentada num subúrbio de Paris por Suha e a filha dela com Arafat, Zahwa, de 17 anos, acusa uma pessoa ou um grupo desconhecido de pessoas de assassinato premeditado.

"É surpreendente que um país soberano como a França não saiba a causa da morte de um chefe de Estado, tratado em um de seus hospitais", disse Suha ao Le Figaro.

Ela entrou com a ação depois da descoberta por parte de um instituto suíço de um nível surpreendentemente alto de polonium-210 em roupas de Arafat, a mesma substância usada para matar o ex-agente russo Alexander Litvinenko em Londres, em 2006.

Suha disse que começou a ter suspeitas depois que entrou em contato com o hospital para buscar amostras de sangue e urina tiradas do marido e foi informada de que elas haviam sido destruídas quatro anos antes.

"Isso me espanta. Por que eles destruíram uma parte de um prontuário médico?", disse ela. "Arafat era um chefe de Estado, não era apenas um antigo paciente."

O tribunal terá de avaliar se tem jurisdição para investigar na França um caso de suposto envenenamento ocorrido em outro país, disse uma fonte legal à Reuters.

Muitos árabes suspeitam que Israel esteja por trás do declínio de um homem que liderou o movimento pela criação de um Estado palestino, em anos de guerra e de paz.

A Autoridade Palestina concordou em exumar o corpo de Arafat de um mausoléu em Ramallah para uma autópsia e a Tunísia pediu uma reunião ministerial da Liga Árabe para discutir a questão.

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