A cidade, a praça e o transporte são de todos

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O novo Ligeirão Norte-Sul, que em breve entrará em operação ligando o Santa Cândida ao Água Verde, representa um avanço em vários aspectos que podem ser resumidos em mais qualidade e rapidez no transporte público para estimadas 36 mil pessoas por dia.

O tempo gasto no trajeto completo será reduzido pela metade, dos atuais 40 minutos em cada perna da viagem para 20 minutos. Um trabalhador que se desloque em ida e volta a um dos inúmeros escritórios e lojas, hotéis, shopping, bares e restaurantes ou apartamentos da região terá um ganho de 40 minutos no seu dia. Quando se fala em mobilidade urbana de grandes centros, poucas ações conseguem um resultado tão expressivo para um trecho de 11 quilômetros de trânsito intenso. Estamos falando de mais qualidade de vida para muita gente.

Para que esses benefícios sejam alcançados, a prefeitura está tomando três medidas: dando uso a obras viárias realizadas na canaleta de ônibus e não utilizadas desde 2014 (a um custo de R$ 16 milhões); adquirindo 25 novos biarticulados, cada um com capacidade para 250 passageiros; e promovendo alterações mínimas (aqui vale o grifo: mínimas) e provisórias (já que a linha será ampliada até o Capão Raso) na Praça do Japão, que fica a 230 metros do ponto inicial e final da nova linha. Este último item gerou reclamações de alguns moradores do entorno da praça.

Trata-se de um preço muitíssimo pequeno a pagar por benefícios para a cidade como um todo

O interesse dos cidadãos e cidadãs nos rumos da cidade é mais que salutar: é necessário, e deve ser sempre estimulado. Tão melhor será se essa participação ocorrer com base em fatos concretos e desprovida de preconceitos. Mas nos parece que a maior parte da relativa polêmica deveu-se a alguns equívocos e distorções que basearam as reclamações.

Propagaram-se, sabe-se lá como, inverdades dando conta de que o projeto “iria acabar com a praça”, que árvores seriam cortadas, lagos seriam retirados e outros disparates. Nada mais falso e descolado da realidade, principalmente para a gestão de um prefeito altamente dedicado a recuperar e melhorar os espaços de convívio do município. A Praça do Japão não só continuará com toda a sua estrutura intacta como também – por orientação expressa do prefeito Rafael Greca – terá um incremento com a instalação do Largo Tomie Othake, onde será instalada escultura de uma das mais importantes artistas plásticas contemporâneas. Isso significa melhoria qualitativa do espaço urbano.

Faltou conversa com os interessados: Uma questão de princípios (artigo de Salvador Gnoato, professor da PUCPR)

Outra alteração resume-se a uma adequação geométrica de cerca de 5 metros de extensão na rua contígua à praça, no ponto onde começa a Avenida República Argentina e por onde passarão os veículos que contornarão, vazios, a praça para voltar ao Santa Cândida. Trata-se de um preço muitíssimo pequeno a pagar, se assim alguns quiserem considerar, para que se tenha outros tantos benefícios para a cidade como um todo. Principalmente quando estamos falando da bela Praça do Japão, erguida numa região que faz parte de um Eixo de Transporte de Alta Capacidade desde o Plano Diretor de 1966 e por onde circulam ônibus expressos desde 1974. Lá se vão 44 anos; nesse período, todos os inúmeros edifícios residenciais e comerciais foram erguidos ali num ambiente e com uma regulação nos quais o transporte público já estava profundamente inserido, não podendo agora ser considerado uma novidade.

O novo Ligeirão, é bom lembrar, nem sequer vai aumentar o fluxo de pessoas na região, já que irá absorver os passageiros da linha Santa Cândida-Capão Raso, que continuará ativa e que terá, portanto, um alívio.

Como sempre destaca o prefeito Rafael Greca, o poder público existe para servir bem à população, tendo como condição fundamental promover uma administração voltada à melhoria do município. As ações desta gestão, portanto, terão como meta sempre o desenvolvimento geral. A cidade, afinal, é de todos.