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“Pós-verdade” foi a palavra de 2016 segundo o Dicionário Oxford. O termo, que surgiu no início da década de 1990, foi amplamente utilizado – seu uso cresceu 2.000% no ano passado – durante as campanhas para a saída da Grã-Bretanha da União Europeia (Brexit) e da eleição de Donald Trump, nos Estados Unidos. Segundo o dicionário, pós-verdade é aquilo “que se relaciona ou denota circunstâncias nas quais fatos objetivos têm menos influência em moldar a opinião pública do que apelos à emoção e a crenças pessoais”. Alimentada pela frustração das pessoas no geral – não só na Grã-Bretanha ou nos Estados Unidos –, serve para fundamentar preconceitos mundo afora.

As redes sociais tiveram protagonismo na disseminação da pós-verdade; afinal, nos feeds de notícias o jornalismo, com responsabilidade e checagem de fatos, deu lugar às postagens pessoais cheias de certezas. Nesse cenário, o conhecimento global é essencial para a busca da verdade e de fato se entender o que acontece ao redor. Mas como fazer com que as emoções sejam deixadas de lado e o pensamento crítico, ponderado, reine absoluto?

Por meio da contextualização, assuntos teóricos são levados para o cotidiano dos alunos

A interdisciplinaridade no ensino é uma das respostas. O exemplo mais conhecido disso é o sistema educacional da Finlândia, país detentor dos melhores índices educacionais do mundo. Desde o ano passado, todas as escolas da capital, Helsinque, trabalham por fenômenos. Isso quer dizer que, em vez de aulas separadas de Matemática, Biologia, Química, História etc., os conteúdos são apresentados aos estudantes de forma contextualizada e, ao mesmo tempo, de acordo com um tema. Dessa forma, conseguem ter uma visão global do assunto e entender as matérias aplicadas na prática, como as utilizarão no dia a dia, fora da escola.

Métodos interdisciplinares e contextualizados incitam o pensamento crítico, privilegiam o conhecimento global e trazem outras inúmeras vantagens. Por meio da contextualização, assuntos teóricos são levados para o cotidiano dos alunos, tornando as aulas muito mais interessantes e dinâmicas. Com a presença de mais professores em sala de aula, as discussões também ganham em pluralidade por meio da defesa de diferentes pontos de vista. Essa vivência acaba sendo de grande valor para a inserção no mundo de trabalho, onde os estudantes enfrentarão um ambiente no qual é necessário dominar assuntos de diferentes áreas para realizar as tarefas do dia a dia, defender ideias e argumentar.

Com a interdisciplinaridade, não só a escola ganha com estudantes interessados e engajados, mas toda a sociedade, por meio de cidadãos preparados para contextualizar as situações do dia a dia.

Lilian Luitz, psicopedagoga especialista em Desenvolvimento Pessoal e Familiar, é gerente do Colégio Sesi.
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