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Sou nascido e criado em Paranaguá, neto de um membro do Sindicato dos Movimentadores de Mercadorias (antigo Sindicato dos Saqueiros). Comecei minha vida profissional na Casa do Pequeno Trabalhador, onde tive a oportunidade de ter uma colocação como office-boy na cooperativa Cotriguaçu, e foi ali que teve início minha trajetória sindical. Mas a maioria dos jovens e adolescentes da minha geração não teve essa oportunidade. Hoje, muitos estão desempregados e sem perspectivas de uma vida melhor. O Brasil, devido à má gestão do governo, passa por uma crise econômica sem precedentes. O desemprego já bateu à porta de milhares de trabalhadores, e as previsões dos especialistas não são nada animadoras para os próximos anos.

Não podemos achar que, com a construção de um porto em Pontal do Paraná, a cidade de Paranaguá será prejudicada

Eis que, no momento em que inúmeras famílias passam necessidade, surge uma oportunidade, em nosso Litoral, de dias melhores para quem busca uma colocação: a construção do Porto de Pontal do Paraná, que trará empregos e cidadania para milhares de pessoas. Tive a oportunidade de debater tal projeto em audiência pública na Assembleia Legislativa do estado. A criação do porto gerará de imediato 1,5 mil empregos diretos e cerca de 5,5 mil empregos indiretos – ou seja, 7 mil novos postos de trabalho num momento em que o país só ouve falar de desemprego, além da crise política que domina as manchetes da imprensa escrita e falada.

Além disso, há um compromisso, firmado pelos gestores do futuro Porto de Pontal do Paraná, de contratar mulheres e jovens, que nunca tiveram a oportunidade de estar num mercado tão restrito. Este compromisso atende a uma demanda social, que é a construção de creches para os filhos das futuras mulheres portuárias.

Nós, dirigentes sindicais, não podemos tratar tão importante tema olhando somente para os nossos umbigos. Também não podemos achar que se trata de um “Atletiba” – ou seja, que com a construção de um porto em Pontal do Paraná a cidade de Paranaguá será prejudicada.

Cito como exemplo o município de Ortigueira. Tem um dos mais baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) da região dos Campos Gerais, mas já está sentindo os efeitos positivos da instalação da fábrica de celulose da Klabin, onde serão gerados 8,5 mil empregos diretos e indiretos. E se a vizinha cidade de Telêmaco Borba – ou, ainda um pouco mais à frente, o município de Jaguariaíva – fosse contra a instalação dessa importante fábrica que mudará o cenário econômico e social de Ortigueira? A resposta é simples: sairiam perdendo os milhares de desempregados, principalmente os jovens que tentam ingressar no mercado de trabalho.

A UGT sempre defenderá a geração de empregos e combaterá qualquer tipo de precarização das relações de trabalho. E é nesse intuito que conclamamos toda a classe trabalhadora do Litoral e de todo o Paraná a defender a geração de empregos decentes e sem retirada de direitos, respeitando sempre a negociação e o enquadramento com as entidades sindicais representantes da categoria profissional. Diante de tudo isso, e visando ao desenvolvimento econômico e social do nosso Litoral, com mais empregos e justiça social, é que dizemos “sim” ao Porto de Pontal do Paraná.

Paulo Rossi é presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT) no Paraná.
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