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Os dados não deixam dúvidas quanto à gravidade da crise que assola a economia brasileira. Segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio (CNC), apenas no segmento de micro e pequenas empresas, responsável hoje por 27% do PIB nacional, 139 mil estabelecimentos fecharam as portas no primeiro semestre de 2016.

Mas mesmo nesse cenário adverso há aqueles que conseguem ultrapassar o mau momento econômico com relativa tranquilidade ou ainda melhor, com crescimento e expansão. Para que isso aconteça é preciso pensar em formas alternativas de empreendimentos ou tentar incutir nos negócios mais capacidade de resiliência.

Aliar o negócio a uma cultura de inovação e sustentabilidade, por exemplo, pode ser uma maneira de dar mais fôlego a um empreendimento. Embora o brasileiro seja reconhecido como empreendedor, é um dos que menos investe em inovação. De acordo com uma pesquisa realizada pela Global Entrepreneurship Monitor, a taxa de empreendedorismo no Brasil chegou a 34,5% em 2015, mas nem 10% dos empreendedores investe na inovação. A consequência é termos muitos negócios e produtos tornarem-se obsoletos em pouco tempo, perdendo mercado ou mesmo fechando as portas.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Global Entrepreneurship Monitor, a taxa de empreendedorismo no Brasil chegou a 34,5% em 2015, mas nem 10% dos empreendedores investe na inovação.

A cultura de inovação permite que o empreendimento se torne mais flexível e participativo, tendo mais capacidade para responder de modo eficaz às mudanças. E o ambiente inovador é fundamental para o surgimento de novas ideias e possibilidades. Não são raros os casos de empresas que se reinventam graças a um pensamento ou ideia inovadora. Deixar a inovação de lado é condenar o negócio à mesmice, e com o tempo à irrelevância no mercado. Para resistir ao tempo e às condições cíclicas da economia deve-se estar disposto a reinventar seus produtos, serviços e processos.

O mesmo vale para a sustentabilidade. Se a preocupação com o meio ambiente e uso racional dos recursos naturais era vista como um luxo desnecessário, hoje ela se torna um elemento obrigatório para quem busca um negócio moderno e conectado com as principais tendências de mercado. Um projeto sustentável, além de poder minimizar o impacto no meio ambiente, pode ser muito interessante para o empreendedor por gerar economia no longo prazo, com desperdício menor de recursos e matéria-prima, por exemplo. A preocupação ambiental também pode agregar valor a uma marca ou produto, sendo um diferencial cada vez mais buscado pelos consumidores.

Embora a preocupação com esses dois fatores – inovação e sustentabilidade – venha aumentando, elas ainda não fazem parte da cultura de boa parte dos empreendedores. Nesse sentido, é importante haver mecanismos de estímulo ao surgimento de projetos e negócios inovadores e sustentáveis. No caso das instituições públicas de fomento, isso pode ser feito através de linhas de crédito e programas voltados à priorização de projetos que contemplem a preocupação com a sustentabilidade e o desenvolvimento de projetos de inovação. Aliado ao crédito, os bancos de fomento têm investido bastante na orientação técnica aos seus clientes, oferecendo apoio desde a formatação e estruturação de projetos, adequação ambiental, verificação e redimensionamento. Compreender que a inovação e sustentabilidade precisam fazer parte do dia a dia de qualquer negócio pode ser a chave para o sucesso, independentemente das crises e caprichos da economia.

João Luiz Agner Regiani, advogado, é diretor de operações do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).
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