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| Foto: David Simmonds/Free Images

“Eu sou eu e minha circunstância”, dizia Ortega y Gasset, constatando o fato de que a trajetória de nossas vidas se configura, por um lado, por nossas próprias escolhas e, por outro, por fatores exógenos, alheios à nossa vontade: o momento histórico, o local, a família de nascimento etc. Articular a vontade com a realidade impositiva: Bruno Magalhães comenta a difícil arte de composição do poema da vida. Ressalta, ainda, a infantilidade daqueles que debitam unicamente na conta das circunstâncias a responsabilidade por seus fracassos.

A correria de todo o dia

Ainda sobre a liberdade de escolhas na vida, Fabio Blanco recorda-nos o fato de que o homem maduro deve aprender a negociar com as circunstâncias – com todo o barulho cotidiano que desvia sua atenção daquilo que dá sentido à sua existência – de modo a não comprometer o que nele há de mais elevado como indivíduo.

Kagemusha e a importância dos clássicos

Partindo da análise do filme Kagemusha, de Akira Kurosawa, Louise Cowan mostra que a aquisição de cultura literária – especificamente, dos clássicos da literatura – não tem nada a ver com beletrismo vaidoso, sem função, mas é fundamental para moldar a imaginação dos homens. É evidente que ninguém nasce sabendo de tudo, e até mesmo o que é certo e o que é errado, o que é bom e o que é ruim demanda aprendizado. É por isso que necessitamos dos exemplos e reflexões que encontramos na literatura: ao assimilá-los, podemos nos tornar pessoas de alma mais sensível, com maior horizonte de consciência. Se esse legado não for preservado e sumir da vida intelectual de um povo, logo ele passará a ocupar-se com frivolidades e terminará no barbarismo civilizacional. E aí: quem, como eu, também vestiu a carapuça da falta de cultura? (texto em inglês)

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