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| Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

O Ministério do Trabalho divulgou, nesta quarta-feira, os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) referentes ao mês de julho. No mês passado, o país conseguiu criar 35,9 mil vagas com carteira assinada. Mais positivo que o número em si é o fato de julho ser o quarto mês seguido em que houve mais contratações que demissões, após um início de ano oscilante, com altos e baixos. A sequência positiva começou em abril, com a geração de quase 60 mil vagas; em maio, foram 34 mil e, em junho, quase 10 mil. Números que ainda não empolgam, mas permitem ter um pouco mais de confiança no futuro.

Alguns dados merecem destaque. Apesar de o agronegócio ser o setor que vem puxando a economia brasileira, muitas vezes impedindo desempenhos ainda mais desastrosos, a liderança na geração de empregos em junho não veio do campo, mas da indústria de transformação, do comércio e do setor de serviços, com 12,6 mil, 10,1 mil e 7,7 mil novas vagas respectivamente, indicando uma diversificação e uma leve retomada de setores que estavam estagnados e sofreram duramente os efeitos da crise e da recessão. O Ministério do Trabalho destacou ainda o saldo da construção civil: apesar de o número ter sido pequeno (724 postos de trabalho), julho de 2017 foi o primeiro mês com mais contratações que demissões no setor desde setembro de 2014.

O desafio de uma retomada firme do emprego em todas as regiões do país ainda está longe de ser equacionado

Outro desafio, o de uma retomada firme do emprego em todas as regiões do país, ainda está longe de ser equacionado. É positivo o fato de Norte e Nordeste terem gerado vagas pelo segundo mês seguido, mas a Região Sul vive o terceiro mês consecutivo com mais demissões que contratações. Apenas Sudeste e Centro-Oeste repetem o dado nacional, tendo saldo positivo em todos os meses desde abril.

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As cerca de 140 mil vagas criadas desde abril empalidecem na comparação com o contingente de 13,5 milhões de desempregados. A reforma trabalhista, que deve ter impacto significativo na formalização da força de trabalho, só entrará em vigor no meio de novembro; até lá, os números do emprego estarão influenciados por forças antagônicas. De um lado, as sucessivas reduções na taxa básica de juros serão ótima notícia se, com isso, os juros cobrados do setor privado para realizar seus investimentos também caírem. Por outro, um governo federal que diz não saber mais onde cortar para cumprir sua meta fiscal já aumentou impostos e ainda deve promover novos reajustes, o que tira dinheiro de indivíduos e empresas, recursos que poderiam movimentar a economia, levando à geração de mais empregos.

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