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Luiz Fernando Ribas Carli Filho | Henry Milleo/Gazeta do Povo/Arquivo
Luiz Fernando Ribas Carli Filho| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo/Arquivo

Marcado para esta terça-feira (27), o júri popular do ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho é o ápice de um caso cercado pela política desde o início. Carli Filho renunciou ao mandato, mas o irmão, Bernardo, deu sequência à trajetória pública da família. Já a mãe de um dos dois jovens mortos no acidente, Christiane Yared (PR), elegeu-se como deputada federal mais votada do Paraná em 2014 e pretende, num voo mais alto, disputar o Senado neste ano.

O patriarca da família Carli, Fernando Ribas, é o chefe de um dos três clãs que domina a política de Guarapuava, na região Central do estado. Ele foi prefeito da cidade por três vezes, deputado federal, estadual e chefe da Casa Civil do governo do estado. Para dar continuidade à linhagem política, fez do filho Fernando deputado estadual nas eleições de 2006.

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O primeiro – e único − mandato dele, porém, foi interrompido em virtude do acidente em que dois jovens morreram, em maio de 2009. Poucas semanas depois, renunciou ao cargo na Assembleia Legislativa e pediu desfiliação do partido, o PSB. A saída encontrada pelo pai foi lançar o outro filho, Bernardo, para substituir o irmão. E deu certo. Em 2010, ele ficou como suplente do PSDB, mas assumiu o mandato rapidamente e cumpriu quase todos os quatro anos como deputado estadual. Em 2011, chegou a ser cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR), pela acusação de “caixa 2” eleitoral, mas recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e teve a sentença suspensa.

Já em 2014, conseguiu se eleger e deve tentar a reeleição. E, mais uma vez, as chances de sucesso são grandes. Como mostrou reportagem da Gazeta do Povo, Guarapuava praticamente ignora os desdobramentos do acidente de Carli Filho. É como se o julgamento fosse um tabu para o município, em grande parte devido justamente ao poder da família na cidade.

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Briga pelo Senado

Já a mãe de um dos jovens mortos decidiu fundar a ONG Instituto Paz no Trânsito após o acidente. Mais de cinco anos depois, sem perspectivas do julgamento de Carli Filho, Christiane Yared disputou uma cadeira de deputada federal e foi a mais votada do estado, com 200 mil votos. Empunhando a bandeira do endurecimento das leis de trânsito, teve como maior vitória na Câmara a sanção da Lei nº 13.546, no final do ano passado. O texto aumentou a punição para quem provocar acidentes sob efeito do álcool.

Para o pleito deste ano, ela pretende brigar por uma vaga no Senado. E é inegável que, com o julgamento de Carli Filho pouco antes das eleições, ela voltará a estar na vitrine. No julgamento desta terça-feira, num dos atos mais esperados, ela será a primeira pessoa a prestar depoimento, na condição de informante − como não será testemunha, ela não tem a obrigação de prestar juramento.

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