• Carregando...
Greve dos caminhoneiros nas estradas federais e estaduais afeta abastecimento de postos de combustível . | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Greve dos caminhoneiros nas estradas federais e estaduais afeta abastecimento de postos de combustível .| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

É intenso o movimento de veículos nos postos de combustíveis no interior do Paraná nesta quarta-feira (23), dia em que a paralisação nacional de caminhoneiros em estradas federais e estaduais chega ao terceiro dia. Com o abastecimento dos postos comprometido, os motoristas têm formado longa fila para garantir o tanque cheio.

Em Ponta Grossa, no Paraná, por exemplo, há registros de motoristas passando mais de 2 horas na fila de um posto no bairro Vila Estrela. E já não havia mais gasolina, apenas álcool.

Por volta das 14h, uma das motoristas que aguardava na fila desde o meio-dia disse que sequer sabia o preço que ia pagar pelo etanol, porque não conseguia nem avistar a placa de preços do posto. “O posto tem duas entradas, uma principal e uma pela via lateral, o que tem dificultado ainda mais o fluxo dos carros”, contou a assistente administrativa de 38 anos.

LEIA TAMBÉM: Com greve, produtos dobram de preço e começam a desaparecer das prateleiras

Em nota divulgada à imprensa no fim desta tarde, o Sindicombustíveis-PR afirma que não recebeu informações de desabastecimento geral nas maiores cidades do estado, como Curitiba, Maringá, Londrina e Foz do Iguaçu. O sindicato, no entanto, aponta que se a paralisação com bloqueio nas estradas continuar, “podem ocorrer situações pontuais de dificuldade no abastecimento”, diz a nota.

A entidade informa que em Londrina há bloqueio total no centro de distribuição e muitas filas nos postos de combustível, sem, porém, que se registre falta de estoque.

O sindicato atribui os problemas de abastecimento também a este tipo de “corrida” aos postos para encher o tanque. “O Sindicombustíveis-PR é contrário a nova política de preços da Petrobras, mas entende que as manifestações devem ser pacíficas e não podem impedir o abastecimento de produtos essenciais, como os combustíveis”, traz a nota.

Sem estoque

De acordo com o presidente da Associação dos Operadores dos Postos de Combustíveis de Ponta Grossa, Hélio Sacchi, apenas 10% dos postos da cidade têm estoque de combustível, que deve se esgotar ainda nesta tarde, dadas as filas quilométricas nesses estabelecimentos.

Além disso, outros municípios da região dos Campos Gerais já enfrentam problemas. Carambeí, a 25 km de Ponta Grossa, já está sem gasolina e etanol desde a tarde de terça-feira (22), segundo Sacchi. Em Castro, a 42 km, os combustíveis devem terminar nesta tarde. “Muitos motoristas dessas cidades próximas acabaram vindo para cá para abastecer, o que complicou ainda mais o movimento nos postos”, relata Sacchi.

LEIA TAMBÉM: Protesto dos caminhoneiros ameaça abastecimento de ônibus em Curitiba e RMC

Pela manhã, a Viação Campos Gerais, responsável pelo transporte coletivo de Ponta Grossa, informou que terá de retirar alguns ônibus de circulação devido à falta de diesel. Segundo a empresa, o caminhão que deveria trazer o combustível chegaria na terça, o que não ocorreu. O serviço, no entanto, não deve ser paralisado, apenas sofrer alguns ajustes com o remanejamento de carros, o que pode ocasionar atrasos nas linhas.

A prefeitura de Ponta Grossa também informou que o abastecimento de seus veículos oficiais está comprometido e que não está recebendo combustível dos fornecedores. Por isso, está sendo priorizado o abastecimento de serviços que operam em regime de emergência, como o Samu, a Guarda Municipal e a Defesa Civil. Estima-se que, assim, o estoque de combustível dure por mais uma semana. Por determinação da Secretaria de Administração e Recursos Humanos do município, A Secretaria de Serviços Públicos suspendeu as atividades até sexta-feira e o expediente só deve ser normalizado na segunda (28).

A Universidade Estadual de Ponta Grossa suspendeu as aulas a partir da noite desta quarta-feira, “em razão da paralisação do setor de transportes e para resguardar a segurança da comunidade acadêmica”. Em nota, a UEPG informa que as atividades administrativas estão mantidas, mas que, devido à escassez de combustível, estão suspensos todos os serviços de transporte da instituição.

Em Londrina, o prefeito Marcelo Belinati (PP) determinou, por precaução, que a partir das 17h desta quarta os veículos oficiais da prefeitura parassem de circular, rodando apenas em casos de urgência. O abastecimento de ambulâncias, ao menos para hoje, está garantido. Nesta quinta (24), a prefeitura se reúne pela manhã com a imprensa para falar sobre a paralisação dos caminhoneiros e as consequências do abastecimento irregular para os serviços municipais.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]