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| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo/Arquivo

Um dia após a prefeitura reajustar o valor da tarifa técnica do sistema de transporte coletivo para R$ 3,98, o sindicato das empresas do setor, o Setransp, divulgou que o valor necessário para cobrir as despesas atuais é atualmente de R$ 4,75. Esse valor superaria a tarifa paga atualmente pelo usuário, de R$ 4,25, que sofreu alta de 15% no começo de fevereiro.

O presidente da Urbs, José Antônio Andreguetto, garantiu que não vai haver novo aumento na passagem até fevereiro de 2018. Entretanto, os cálculos da Urbs, que administra o sistema, não batem com os das empresas de ônibus. Segundo o Setransp, o valor de R$ 4,75 leva em conta a planilha de custo, a renovação da frota e está baseado numa projeção de 15,4 milhões de passageiros ao mês. O levantamento foi feito por professores da UFPR a pedido do sindicato.

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A Setransp contesta a projeção da prefeitura, que seria de 16,1 milhões de passageiros. A Urbs informou que a tarifa técnica definida pela prefeitura em R$ 3,98 leva em conta o custo dos insumos, o dissídio da categoria e novos investimentos. Segundo Andreguetto, a renovação da frota será remunerada de forma diferente. Atualmente, as empresas estão desobrigadas de comprar novos veículos por força de uma decisão judicial.

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“Estamos tentando firmar um acordo para que as empresas tirem o questionamento da esfera judicial. E, a partir do momento em que comprar o ônibus e apresentar as notas fiscais, a Urbs vai remunerar”, explicou.

Assim, a Urbs projeta vários reajustes ao longo do ano, para remunerar, aos poucos, as empresas que comprovarem a aquisição dos novos ônibus. Segundo Andreguetto, seriam 24 novos biarticulados para a linha Capão Raso/Santa Cândida, a mais sobrecarregada do sistema, e outros 270 ônibus para reposição de veículos com vida útil esgotada.

Elevando a tarifa técnica aos poucos, a Urbs projeta chegar a fevereiro de 2018 com um valor de R$ 4,35, mantendo o valor da passagem em R$ 4,25. Há dois meses a prefeitura arrecada mais do que repassa às empresas, e a sobra vai para o caixa do Fundo de Urbanização de Curitiba (FUC), diz Andreguetto. O saldo servirá para bancar a tarifa técnica quando ela superar o valor pago pelo usuário, explica ele.

“Não sai um centavo para outro fim. Esta ‘sobra’ vai fazer com que tarifa técnica esteja maior do que a tarifa do usuário em 2018, e por isso até lá não haverá mais aumentos. Dinheiro poderia ser usado para investimentos em alguma linha, mas nossa prioridade é reservar dinheiro para ser usado no futuro”, afirmou o presidente da Urbs.

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Andreguetto não informou o saldo atual do FUC, nem a projeção para 2018. Mas disse que o dinheiro está aplicado no mercado financeiro. “A gente tem obrigação de procurar as opções com melhor resultado, mas com garantias.” Com a renovação da frota, a Urbs estima elevar o número de passageiros do sistema. “Queremos deixar tudo o mais transparente possível e acabar com o mito de que há uma caixa-preta nas contas”, acrescentou.

Acordo

Apesar de considerar insuficiente o valor da tarifa técnica, as empresas de ônibus mantêm aberto o diálogo com o poder público, informou a Setransp, por meio da assessoria de imprensa. No entanto, ainda não há um acordo sobre a renovação da frota.

O sindicato ressalta que essa tarifa não implica necessariamente no aumento da passagem, e que defende a criação de novas receitas para custear o serviço, como a municipalização da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, a chamada Cide Municipal.

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A proposta da Cide Municipal foi lançada pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP), e incidiria sobre o transporte individual, com o objetivo de custear o transporte público. A Setransp cita dados da Faculdade Getúlio Vargas (FGV) que apontariam que um acréscimo de R$ 0,10 no preço do combustível reduziria cerca de R$ 0,30 o valor da tarifa paga pelo usuário.

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