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Caminhada em memória de Marielle Franco no Complexo da Maré, no Rio, neste domingo (18): desembargadora que a criticou disse ter se precipitado ‘no afã de defender as instituições policiais’. | MAURO PIMENTEL/AFP
Caminhada em memória de Marielle Franco no Complexo da Maré, no Rio, neste domingo (18): desembargadora que a criticou disse ter se precipitado ‘no afã de defender as instituições policiais’.| Foto: MAURO PIMENTEL/AFP

A desembargadora Marília Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), publicou uma espécie de “mea culpa” em sua página no Facebook, depois de ter feito acusações à vereadora assassinada Marielle Franco (Psol). Nesta segunda-feira (19), a magistrada disse que se precipitou, segundo revelou a colunista Mônica Bergamo, da “Folha de S.Paulo”.

Na sexta-feira (16), a desembargadora escreveu, também na rede social, que era “mimimi da esquerda” tentar “agregar valor a um cadáver tão comum quanto qualquer outro”. Afirmou que “a tal Marielle não era apenas uma ‘lutadora’; ela estava engajada com bandidos!”. O comentário era uma resposta à publicação do advogado Paulo Nader, autor de livros de Direito, que tentava explicar a comoção pela morte da vereadora por ela ser “lutadora dos direitos humanos e líder de uma população sofrida”.

Nesta segunda, de acordo com o relato da “Folha”, a magistrada escreveu o seguinte: “No afã de defender as instituições policiais, ao meu ver injustamente atacadas, repassei de forma precipitada, noticias que circulavam nas redes sociais. A conduta mais ponderada seria a de esperar o término das investigações para então, ainda na condição de cidadã, opinar ou não sobre o tema”.

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Mais adiante, disse esperar “que este bárbaro crime seja desvendado o mais rápido possível”. “Independentemente do que se conclua das investigações, a morte trágica de um ser humano é algo que se deve lamentar e seus algozes merecem o absoluto rigor da lei”, afirmou.

Ainda na sexta (16), em entrevista a Mônica Bergamo, a desembargadora disse que tinha dado sua opinião como “cidadã” e que apenas tinha postado informações lidas num texto de uma amiga.

Representação no CNJ

Os comentários da desembargadora contra Marielle levaram o Psol a entrar com uma representação contra ela no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A magistrada já fez duras críticas ao Conselho que deverá avaliar sua conduta. Em novembro de 2016, também no Facebook, ela descreveu o CNJ como “um órgão espúrio composto em sua maioria por completos despreparados nomeados pelo Executivo e pelo Legislativo”, conforme revelou a Gazeta do Povo nesta segunda (19).

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