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Lúcio Funaro, em 2010, durante depoimento à CPI das ONGs no Senado Federal | Lula Marques/Folhapress
Lúcio Funaro, em 2010, durante depoimento à CPI das ONGs no Senado Federal| Foto: Lula Marques/Folhapress

O doleiro Lúcio Funaro prestou depoimento à Polícia Federal (PF) na quarta-feira (14) e admitiu ter operado caixa 2 do PMDB e acusou o presidente Michel Temer (PMDB) de ter conhecimento sobre os pagamentos ilegais. As informações são do jornal O Globo . De acordo com o jornal, uma fonte com acesso ao interrogatório relatou que Funaro sustentou que Temer – que presidiu o partido entre 2001 e 2016 – tinha conhecimento de doações ilícitas de campanha feitas ao PMDB. Não foi detalhado o grau de conhecimento do atual presidente sobre essas irregularidades.

O Globo procurou a assessoria de Temer, que negou, em nota, ter tido conhecimento sobre financiamento ilegal de campanha para o partido. A nota afirma que o presidente só “tinha conhecimento de doações legais ao partido”. O doleiro está preso há quase um ano e é apontado como aliado de Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados, também preso. Funaro contratou um advogado especialista em delação premiada, mas, apesar de contatos com o Ministério Público Federal (MPF), não há informações sobre um acordo entre as partes.

O depoimento

O depoimento de Funaro durou quatro horas. O doleiro falou sobre como o PMDB articulava nomeações a cargos públicos relacionadas a desvios de recursos. Funaro ainda negou que ele ou seus familiares tenham recebido dinheiro da JBS para se manter em silêncio. No entanto, ele diz que mantinha três contratos legais com a J&F para prestação de serviços em operações de mercado e, por isso, recebeu recursos da família Batista.

Entre esses recursos estão os R$ 400 mil em dinheiro vivo que foram recebidos por sua irmã, Roberta Funaro, em uma mala. A irmã chegou a ser presa na Operação Patmos, deflagrada a partir das delações da JBS. O doleiro afirma que esse dinheiro é parte do pagamento por serviços prestados de forma lícita, mas as investigações apontam que isso seria a compra do silêncio de Funaro.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) sustenta essa tese com base na gravação de Joesley Batista em que o empresário também comenta sobre o pagamento pelo silêncio de Eduardo Cunha, em conversa com Temer. O presidente contesta a gravação, que passa por perícia da PF.

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