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Era um dos votos mais aguardados na madrugada desta terça-feira (20) na sessão que confirmou por ampla maioria a intervenção federal no Rio de Janeiro. Longe dos debates e das discussões durante o dia, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) chegou para votar já próximo da votação principal do mérito do decreto. E, para surpresa de muitos, mas não de todos, votou a favor da intervenção - apesar de todas as críticas que fez à iniciativa do governo. Chegou a dizer à Gazeta do Povo semana passada que intervenção mesmo deveria ser feita no Palácio do Planalto, tirando a bandidagem de lá. 

Minutos antes de votar, já de madrugada, Bolsonaro voltou a falar com a Gazeta do Povo, no plenário. Ele conversava com o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) e atacava o decreto. 

“O general Braga [Walter Souza Braga, o interventor] foi chamado para vir a Brasília poucas horas antes. Nem sabia do que se tratava”, disse Bolsonaro a Delgado. 

Abordado pela reportagem, ele manteve as críticas e, perguntado, disse que, ainda assim, votaria a favor. Como o fez. Questionado sobre essa contradição, o deputado presidenciável respondeu: 

“É um alento. O povo quer. Transmite sensação de segurança. Melhor do que nada. Mas tá errado. E nunca disse que votaria contra!”, responde, irritado.

A iniciativa do presidente Michel Temer em colocar as Forças Armadas nas ruas do Rio é vista como um prejuízo político para Bolsonaro, que tem na segurança pública seu discurso e no Rio, sua base eleitoral. No discurso, ele diz que não está preocupado com isso. 

“Não estou preocupado com isso. Sinceramente.” E voltou a criticar o governo e diz que decretar simplesmente a intervenção não basta. “Quem dá a missão tem que garantir os meios.” 

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A análise de que a intervenção no Rio é ruim politicamente para Bolsonaro foi lembrada até no discurso de um deputado do PSOL, Edmilson Rodrigues, do Pará. 

“Dizem que essa intervenção é para atingir politicamente um certo capitão na eleição. Um político com quem tenho muitas divergências. Mas se foi por essa razão isso não se justifica”, disse o deputado do PSOL.

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