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 | Ricardo Stuckert/ Instituto Lula
| Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) orientou seus apoiadores a não hostilizarem a Justiça durante o julgamento de seu pedido de habeas corpus para evitar a ideia de pressão externa sobre o Supremo Tribunal Federal (STF). Apesar das recomendações, o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) João Paulo Rodrigues falou em guerra caso o petista perca. Ele deu a declaração nesta terça-feira (3), após visita ao Instituto Lula.

“Não vamos dar paz ao Judiciário se mantiver o erro da condenação”, disse. “Temos que estar preparados. Vai ser duro qualquer que seja o resultado. Se ganhar [Lula], a direita vai ficar com muita raiva. Tem que ficar calmo, sem comemorar. Se perder, é muita guerra e muita luta.”

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As mobilizações podem começar logo após o julgamento, segundo ele. “Há uma tendência geral de se ter um ‘abril vermelho’ ao quadrado, em caso de insucesso da defesa do Lula”, disse Rodrigues. “Abril vermelho” foi o nome dado por João Pedro Stédile, líder maior do movimento, à jornada de trancamento de rodovias, invasões de fazendas e prédios públicos que acontece neste mês, quando a militância lembra o assassinato de 19 sem-terra pela polícia do Pará, em 1996, no episódio que ficou conhecido como o massacre de Eldorado dos Carajás.

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De acordo com Rodrigues, não será uma mobilização exclusiva da militância. “Vamos ter o respaldo de quem vota no Lula, que continua liderando tudo o que é pesquisa. A luta de classes aberta em torno do Lula é uma oportunidade para as forças populares articularem a defesa da democracia com a luta social”, disse.

O sem-terra também relatou aos dirigentes do instituto detalhes da organização do movimento para esta quarta-feira (4). Segundo ele, a orientação é priorizar as capitais, especialmente Brasília, para onde foram enviados 35 ônibus, e São Bernardo do Campo (SP).

A ordem é acompanhar o ex-presidente com vigílias diante de seu apartamento, não só durante o julgamento, mas nos dias que o sucederem. Embora tenha conversado com Lula, João Paulo afirmou que o ex-presidente evitou falar sobre o julgamento.

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