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 | Alice Maria Diniz/ ADPF
| Foto: Alice Maria Diniz/ ADPF

A visibilidade alcançada pela Lava Jato e outras operações de combate à corrupção nos últimos anos motivou um grupo de delegados da Polícia Federal a disputar uma vaga nas eleições de 2018. Eles pretendem concorrer a cargos como deputado e senador. Vários deles atuaram em casos rumorosos que lhes garantiram também espaço nos noticiários. Pelo menos 11 delegados da PF irão às urnas este ano. 

Entre os pré-candidatos está o delegado Marcelo Eduardo Freitas, que atua em Montes Claros (MG) e vai tentar se eleger deputado federal. Marcelo ganhou notoriedade ao comandar a operação que prendeu o ex-prefeito da cidade Ruy Muniz, em Brasília, um dia após a votação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em abril de 2016. O delegado se filiou ao PSL, do presidenciável Jair Bolsonaro. 

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A relação com o afastamento da petista é que Ruy é casado com a deputada Raquel Muniz (PSD-MG), que ao votar contra Dilma disse que o Brasil tem jeito "e o prefeito de Montes Claros (seu marido) mostra isso para todos nós com sua gestão". No dia seguinte, Ruy foi preso acusado de desvios de recursos públicos no município. A operação foi batizada de "Máscaras da Sanidade – Sabotadores da Saúde". 

Nesta eleição Marcelo e Raquel vão disputar os votos dos eleitores mineiros. Nas suas redes sociais, Marcelo Freitas diz que é preciso mudar a composição do Congresso Nacional. "Esse Congresso que aí está não aprovará nenhuma reforma anticorrupção, porque a maioria dos nossos parlamentares não querem mudar! A mudança está nas suas mãos! Vamos colocar no Congresso Nacional pessoas que verdadeiramente defendam uma pauta anticorrupção em nosso país", escreveu ele. 

O delegado Pablo Oliva Souza, do Amazonas, é outro que tentará uma vaga na Câmara e que também ingressou no PSL de Bolsonaro. Ele atuou na operação "Maus Caminhos", que desvendou esquema de desvio de recursos da saúde pública. O delegado Wesley Aguiar se filiou ao PDT e irá disputar uma de senador também pelo Amazonas. 

Antônio Carlos Cunha, delegado no Pará, deve disputar uma vaga no Legislativo. Ele coordenou a operação “Desfecho”, ocorrida em 2015 no interior do estado, e que apurou desvio de verbas de transporte escolar. A categoria já conta com um representante na Câmara, o Delegado Francischini (PSL-PR), que é um dos coordenadores da campanha presidencial de Jair Bolsonaro. Dessa vez, ele concorrerá a uma das duas vagas ao Senado pelo Paraná. 

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A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) reuniu os 11 pré-candidatos na sede da instituição esta semana, em Brasília. Eles receberam orientações sobre legislação eleitoral e também sobre uso das mídias sociais. O presidente da entidade, Edvandir Felix de Paiva, disse que é importante ter representantes da categoria no Congresso para fortalecer o combate à corrupção. 

“O atual cenário político está marcado por crimes de corrupção e a sociedade almeja candidatos que ajudem a mudar a realidade do país”, disse Paiva.

Os outros delegados que vão se candidatar são: Marcelo Machado Dias, Valquíria Souza Teixeira de Andrade, Luciano Leiro, Vagner de Moraes Alamino, Everaldo Jorge Martins Eguchi e Marcelo Bertolucci.

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