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Pré-candidato à presidência  pelo MDB, Henrique Meirelles falou a  grupo de empresários  nesta quinta-feira, em Curitiba. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Pré-candidato à presidência pelo MDB, Henrique Meirelles falou a grupo de empresários nesta quinta-feira, em Curitiba.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O pré-candidato à Presidência pelo MDB, Henrique Meirelles, entende como parte do jogo democrático a aproximação do presidente Michel Temer com o ex-governador de São Paulo e pré-candidato pelo PSDB, Geraldo Alckmin. Em conversa com jornalistas após palestra a empresários em Curitiba (PR), nesta quinta-feira (10), Meirelles evitou polemizar ao falar sobre uma eventual chapa com a legenda tucana, mas voltou a afirmar que não pensa em ser candidato a vice – no dia anterior ele havia feito uma provocação afirmando que o PSDB é que poderia apontar um vice para sua chapa.

“Acho que é normal [a aproximação de Temer com Alckmin]. Conversação é a essência da democracia. Os líderes de um partido procuram o outro para conversar, por que não? Não se pode recursar o diálogo, tem que ser aberto”.

Questionado se vê sua candidatura sendo apoiada pelo presidente da República, o ex-ministro respondeu dando pistas de que uma mudança no cenário não está totalmente descartada. “Acredito que sim. Vamos ver como evolui. É a minha expectativa”.

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Apesar do índice elevado de rejeição a Temer e da investigação no Supremo Tribunal Federal (STF), que apura irregularidade no decreto dos portos e tem o emedebista como alvo, Meirelles acredita que o chefe do Executivo é um bom cabo eleitoral. O ex-ministro avalia que as reformas e medidas tomadas pelo atual governo, do qual fez parte, colocaram o Brasil novamente na rota do crescimento.

“Acredito que no devido tempo vai ficar claro o efeito, para o Brasil e para a população brasileira, das políticas adotadas neste governo”, sustentou. “Na gestão, é inquestionável. O Brasil caiu 3,5% em 2016, cresceu 1% em 2017 e vai crescer 2,5% em 2018. Isso é inquestionável”, afirmou.

E como forma de sustentar a ideia de que sua candidatura tem musculatura para crescer a partir do período eleitoral e que encontra em Temer um bom cabo eleitoral, voltou novamente aos números, como a criação de 2 milhões de empregos nos últimos dois anos e a expectativa do governo de criar, para este ano, de 2,5 milhões de novos postos de trabalho.

Vice de Alckmin ou ao contrário?

Sobre a possibilidade de uma aliança com o PSDB, Meirelles disse estar aberto a conversações, mas reafirmou que seu projeto é de candidatura à Presidência. “Estamos abertos a todas as conversas. O diálogo é importante, é a essência da democracia. Dito isso, nosso projeto é de uma candidatura a presidente. Evidentemente quando se colocar a ideia de que o MDB pode apontar o vice em uma chapa liderada pelo PSDB, [pergunto] por que não ao contrário?”

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O ex-ministro tomou o cuidado de afirmar mais de uma vez ter respeito pelo ex-governador de São Paulo, com quem o diálogo, afirma, sempre foi excelente. Para ele, no entanto, uma vez que a legenda tucana já tem pré-candidato, seria um desrespeito a Alckmin propor o lugar de vice em sua chapa.

Sobre sua colocação nas pesquisas atuais, que o apontam com 1% na intenção de voto do eleitor, Meirelles acredita que os pré-candidatos que já protagonizaram campanhas anteriores a presidente – casos de Alckmin, Ciro Gomes e Marina Silva, por exemplo – em algum momento devem chegar em um limite na preferência do eleitor, ao passo que seu nome, ainda pouco conhecido, pode subir no momento em que a população souber, ao longo do período de programa eleitoral, de seu histórico e sua atuação como ministro da Fazenda.

“As pesquisas quantitativas mostram alto potencial de crescimento do meu nome, pelo meu histórico. Portanto, baseado nessas pesquisas, é que tomei essa decisão de colocar meu nome à disposição [do partido]”, declarou. “Na medida em que meu nome e o histórico sejam levados aos eleitores, a tendência de crescimento é muito grande. As pesquisas que mostram conhecimento do meu nome, é um certo número de pessoas pouco acima dos 20% que já ouviu falar. [Entre] aqueles que conhecem, a intenção de voto é enorme. Então, acho que tenho potencial muito grande [de crescimento].

Ao longo da palestra, afirmou aos convidados do Lide, por volta de 170 pessoas, que acredita na eleição de um candidato que classificou como sendo de “centro-democrático”, e que obrigatoriamente terá de dar continuidade às medidas e reformas adotadas pelo governo atual.

Bandeiras de Meirelles

Durante a palestra organizada pelo Lide, grupo de líderes empresariais, e também na entrevista, Meirelles reforçou que sua candidatura empunha as bandeiras do crescimento do emprego, da inflação sob controle com aumento de renda, e com competência de gestão que permita aplicar investimentos nas áreas de segurança, saúde, educação, com programas específicos para cada uma das áreas, e um programa de infraestrutura.

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“Em última análise [o plano de governo] é fazer em todas as áreas do país aquilo que fizemos na economia: controlar a inflação, gerar emprego... podemos criar mais do que isso, até 3 milhões de empregos por ano nos próximos anos, eliminar o desemprego e depois aumentar a qualidade dos empregos, e qualificar os brasileiros. É um programa de crescimento com emprego, inflação baixa e investimentos em melhora na gestão de segurança, em educação e saúde”.

Atraso de duas horas

Com a palestra marcada para 9 horas, Meirelles chegou ao local do encontro com os empresários por volta das 11 horas. O atraso, justificou a organização do evento, aconteceu em virtude do fechamento do aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais (PR), na manhã desta quinta. O ex-ministro veio à capital do Paraná em voo privado. Houve quem deixasse o local, pouco antes da chegada do pré-candidato, devido ao período de quase duas horas de espera.

Antes de iniciar sua fala, Meirelles pediu desculpas aos convidados e disse acreditar que eles entenderiam o problema, já que estão acostumados ao clima da cidade.

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