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Em entrevista concedida nesta quinta-feira (29) à Rádio Difusora do Acre – A voz das Selvas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a força-tarefa da Lava Jato e disse que espera um pedido de desculpas caso seja considerado inocente (ouça a entrevista). O ex-presidente afirmou ser favorável ao combate à corrupção, mas que lamenta que a Lava Jato tenha se tornado um “show de pirotecnia”.

“Eu sou favorável a que tenha um rígido combate à corrupção nesse país”, disse Lula. “Entretanto, eu defendo que seja combatido com inteligência, que seja combatido de forma mais sofisticada, e não apenas prendendo as pessoas para as pessoas confessarem em uma delação premiada coisas que não têm provas”, criticou o ex-presidente.

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“Eu lamento profundamente que o processo da Lava Jato tenha se transformado em show de pirotecnia, em uma combinação entre Polícia Federal, Ministério Público e juiz vazando para a imprensa e a imprensa vai condenando as pessoas na manchete dos jornais sem ter provas nenhuma”, continuou Lula.

O ex-presidente ressaltou, ainda, que espera um pedido de desculpas caso a acusação não consiga provas as denúncias contra o petista. “Se as pessoas tiverem caráter, as pessoas saberão pedir desculpas. Eu espero esse momento na minha história”, disse Lula. “Eu tenho filhos, tenho netos, já tenho bisneto, e eu tenho a obrigação moral e ética de provar para eles que quem está me acusando está equivocado e eles têm que pedir desculpas para a minha bisneta, que só tem quatro meses”, completou o ex-presidente.

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Lula voltou a afirmar durante a entrevista que a Lava Jato faz uma perseguição política a ele com o objetivo de impedi-lo que dispute as eleições no ano que vem. “O meu caso é o caso mais risível desse processo todo, porque eu até agora estou na expectativa de que os promotores, a Polícia Federal, apresentem uma prova, um sinal, um papel assinado, um cheque, uma impressão digital minha em algum dos crimes. No fundo, no fundo, o processo contra mim, me parece que já está visível que é a tentativa de me tornar inelegível para as eleições de 2018”, disse.

Lula responde a dois processos na Lava Jato, em Curitiba. Em um deles, que está pronto para uma sentença do juiz Sergio Moro, o Ministério Público Federal (MPF) acusa o petista de receber propinas da OAS através da compra e reforma de um tríplex no Guarujá, em São Paulo. Outro processo acusa o ex-presidente de irregularidades no aluguel de um imóvel em São Bernardo e na compra de um terreno, pela Odebrecht, para a construção de uma nova sede para o Instituto Lula.

Moro deve decidir, ainda, se aceita outra denúncia oferecida pelo MPF, referente a reformas em um sítio em Atibaia, interior de São Paulo. Lula também responde a outros três processos na Justiça Federal de Brasília.

Credibilidade no exterior

Durante a entrevista, Lula também disse que o Brasil precisa eleger um novo presidente para recuperar sua credibilidade no exterior. “Quando um presidente vai para a Noruega, chega lá e eles anunciam que vão diminuir o investimento é porque eles não estão acreditando no Brasil. Porque não estão acreditando no governo, porque eles sabem que o governo não foi eleito democraticamente, o governo é resultante de um golpe”, disse o petista, fazendo referência à recente viagem do presidente Michel Temer (PMDB) à Noruega.

“Eu espero que logo, logo esse país tenha um presidente, uma presidenta, eleita democraticamente, que tenha em nome do povo brasileiro o direito de representar o Brasil lá fora e reconquistar a credibilidade que nós já tivemos”, completou Lula.

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