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| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Interventor federal no Rio e comandante militar do Leste, o general de Exército Walter Souza Braga Netto anunciará na próxima terça-feira (27) um general da ativa para comandar a Secretaria de Segurança do Estado. Embora ainda não haja confirmação oficial, o general de divisão Richard Fernandez Nunes é o mais cotado e deve ser o sucessor do delegado da Polícia Federal Roberto Sá. O policial pediu exoneração da chefia da secretaria na semana passada, assim que o presidente Michel Temer decretou a intervenção na segurança do estado.

Braga Netto passou a semana em Brasília, em despachos com a cúpula das Forças Armadas sobre o planejamento da intervenção, e tinha volta prevista para o Rio para a noite desta quinta-feira (22). O interventor deve continuar com a rotina de reuniões fechadas no Palácio Duque de Caxias, sede do Comando Militar do Leste. Ele decidiu manter seu gabinete no palácio durante o prazo da intervenção, até o fim deste ano.

Auxiliares do interventor explicaram que ele passou os últimos dias levantando nomes para compor a secretaria. Por questão hierárquica e de disciplina, o militar optou por escolher generais para os postos-chave, afirmaram. Assim, militarmente, o comando da secretaria manterá a estrutura de subordinação dos demais órgãos, uma vez que o comando-geral da Polícia Militar cabe a um coronel, posto mais alto da carreira, e os batalhões são comandados por tenentes-coronéis.

De acordo com assessores, Braga Netto não decidiu ainda os nomes abaixo do secretário, nem se vai nomear generais para o comando direto da PM e dos Bombeiros e para a chefia da Polícia Civil. Ele também avalia se vai convocar generais da reserva para cargos de confiança. Como boa parte da formação dos oficiais do Exército ocorre em instituições no Rio, o general deve montar uma equipe com vivência na cidade.

Currículo

O general Richard Fernandez Nunes é natural do Rio de Janeiro. Desde setembro de 2016, é comandante da Escola de Comando e Estado Maior do Exército (ECEME), na Urca. Ele foi promovido de posto na terça-feira (20), por tempo no cargo, passando de general de brigada para general de divisão, o chamado “três estrelas”.

Nunes formou-se em Artilharia na Academia Militar das Agulhas Negras e Direito na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Ele tem mestrado em Ciências Militares na ECEME e foi professor da Academia Militar de West Point, nos Estados Unidos. Em Madri, na Espanha, concluiu o Curso de Altos Estudos Estratégicos no Centro Superior de Estudos da Defesa Nacional. Serviu em missão das Nações Unidas na Guatemala.

Antes da ECEME, o general coordenou ações de defesa química, biológica, radiológica e nuclear durante a Copa das Confederações Fifa 2013. Também comandou a 14ª Brigada de Infantaria Motorizada em Florianópolis. Por três meses, comandou o 5º contingente da Força de Pacificação no Complexo da Maré, em 2015.

Histórico

Desde a redemocratização que um oficial da ativa das Forças Armadas não comanda a Segurança Pública do Rio. Em 1999, o então governador Anthony Garotinho nomeou como secretário um general da reserva do Exército, José Siqueira Silva, mas ele foi demitido com 95 dias no cargo.

Em seu lugar assumiu o coronel da PM Josias Quintal, que teria uma segunda passagem em 2003. Mais recentemente, houve a chamada era dos delegados de Polícia Federal na Segurança, com nomeações de Marcelo Itagiba (2004-2006), José Mariano Beltrame (2007-2010) e Roberto Sá (2016-2017).

Enquanto não é definida a cúpula da segurança, as polícias vivem uma espécie de vácuo de poder. Delegados da Polícia Civil e comandantes de batalhões da PM estão sem nenhuma orientação do comando das corporações. Seus chefes, virtuais dispensados, silenciaram sobre o presente e o futuro das forças que comandam. Oficialmente, desde a última sexta-feira, a secretaria de Segurança do Rio está sob o comando do subsecretário de Assuntos Estratégicos, Roberto Alzir.

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