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Protesto contra a reforma da Previdência diante do Congresso: pressão sobre deputados está surtindo efeito. | Marcelo Camargo/Agência Brasil
Protesto contra a reforma da Previdência diante do Congresso: pressão sobre deputados está surtindo efeito.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Michel Temer espera ter o apoio dos partidos aliados para aprovar a PEC da reforma da Previdência, mas, a depender das lideranças atuais, não terá sucesso. Dos 15 líderes da base na Câmara dos Deputados, nenhum defende o texto do governo federal perante seus leitores. Os que se colocam contra ou dizem que só aceitam a PEC com alterações comandam bancadas que somam 134 deputados. Para ser aprovada, a proposta precisa de 308 votos na Câmara.

O levantamento foi feito a partir do perfil dos deputados no Facebook, que é um termômetro de como os eleitores conectados interagem com os políticos. O posicionamento dos líderes é semelhante ao observado na bancada federal do Paraná: mesmo os deputados da base pedem mudanças.

Dos 15 líderes, dois se dizem totalmente contra à reforma: Eros Biondini (PROS-MG), que comanda uma bancada com 25 deputados (Bloco PTB, PROS, PSL e PRP); e Weliton Prado (PMB-MG), único representante do seu partido na Casa.

INFOGRÁFICO: Veja a distribuição dos votos que o governo busca para aprovar a reforma

A maioria dos líderes diz que são necessárias alterações para a reforma passar. Comprometeram-se categoricamente a não votar o texto atual os líderes do PR, partido que tem 39 deputados; do PSD, com 37 membros; do SD, com 14; do PSC, com 10; e do PPS, com 8 deputados.

O líder do PR, Aelton Freitas (MG) é um deles. “O exemplo que dou é que o governo colocou o bode na sala. Um bode preto. Branco, esse bode não vai ficar nunca mais. Mas nós vamos esfregando ele aqui até ele ficar bem cinza. A hora que a proposta estiver equilibrada nós vamos votar a reforma”, disse em vídeo publicado em 29 de março.

“Eu, particularmente, só votarei a favor se o texto do projeto for alterado”, disse o deputado Marcos Montes, líder do PSD (MG). “Sobre a reforma da Previdência nossa posição é clara: Não admitiremos a retirada de direitos dos trabalhadores”, afirmou o deputado Aureo Ribeiro (SD-RJ).

Depois de muitos questionamentos de eleitores, o deputado Victório Galli (PSC-MT) postou um vídeo no dia 27 de março em que afirma que a PEC “veio com muita gordura, tem que fritar muito. Não vou votar como está, fique tranquilo. Como está não vai passar na Câmara”.

O líder do PPS, Arnaldo Jordy (DF) disse que as críticas contra o texto devem surtir efeitos. “Com modificações que preservem direitos de cidadãos que são, até hoje, desfavorecidos”, escreveu em artigo publicado no Facebook.

Outras lideranças não assumiram posições tão enfáticas, mas já se mostraram contra o texto apresentado pelo Planalto. Aliado de primeira hora de Temer, o deputado Efraim Filho (DEM-PB) respondeu desse modo a comentários de internautas que afirmavam que ele é favorável à reforma da Previdência: “Onde você viu isso? Não.”

Cara de paisagem

Algumas lideranças evitam tratar do assunto Previdência no Facebook. A deputada Tereza Cristina (PSB-MS) mencionou apenas uma reunião que contou com a presença do relator da reforma, Arthur Maia (PSB-BA), indicando que a bancada do partido pediu mudanças. O líder do bloco PP, PTN, PHS e PTdoB, Arthur Lira (PP-AL), apenas mencionou uma reunião em que ficou decidida a exclusão dos servidores estaduais e municipais da reforma.

O líder do PRB, Cleber Verde (MA) também indica a necessidade de mudanças. Após reunião da bancada com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que houve questionamentos sobre “a existência de alternativas para corrigir o déficit previdenciário sem prejudicar os trabalhadores.”

Baleia Rossi (PMDB-SP) e Ricardo Tripoli (PSDB-SP), líderes dos maiores partidos da base de Temer, evitam totalmente o assunto e não respondem aos questionamentos sobre o lado que vai adotar. Mas muitos parlamentares dos partidos já indicaram que é preciso mudanças no texto.

Evandro Gussi (SP), líder do PV, também não respondeu às perguntas dos eleitores, mas corre nas redes sociais uma entrevista que ele deu ao jornal O Povo, de sua cidade, Tupã (SP): “O Brasil passa por uma crise na Previdência Social, com déficit multibilionário e gravíssimo. Esse problema precisa ser sanado com uma nova estruturação da Previdência”.

OPOSIÇÃO

Os líderes dos partidos de oposição estão aproveitando a baixa adesão da população à proposta de Michel Temer. Nas redes sociais há muitos textos críticos e fotos com carimbos: “contra a reforma”. O líder do PT, Carlos Zarattini (SP) protocolou pedido para que a votação da reforma seja feita em um domingo, para a população acompanhar. O PT tem 58 deputados na Casa. Os outros partidos contrários à reforma são: PDT (20 deputados); PCdoB (12); Psol (6); e Rede (4).

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