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Agentes penitenciários durante a invasão à sala da comissão da reforma da Previdência. | Evandro Éboli/Gazeta do Povo
Agentes penitenciários durante a invasão à sala da comissão da reforma da Previdência.| Foto: Evandro Éboli/Gazeta do Povo

O gramado em frente do Congresso Nacional sempre foi palco de manifestações durante votações sensíveis para a opinião pública, mas nos últimos tempos esse tipo de protesto adquiriu contornos mais violentos. O mais grave deles foi na noite da quarta-feira (3), quando agentes penitenciários invadiram a reunião da comissão especial de reforma da Previdência na Câmara para intimidar parlamentares. Os deputados haviam excluídos os agentes penitenciários da lista de categorias com direito a aposentadoria especial.

Responsável pela estratégia de segurança durante a invasão, o agente da Polícia Legislativa Suprecílio Barros admitiu que houve falha técnica na contenção dos manifestantes. E afirmou que o esquema de proteção será reforçado na próxima terça-feira (9), quando a comissão da Previdência retomará a análise dos destaques (alterações no texto principal). Ele, no entanto, não deu detalhes sobre como será esse reforço.

Solda rompida

A Polícia Legislativa, responsável pela segurança na Câmara, alega que os manifestantes entraram porque a solda de um portão que impedia a entrada se rompeu. Mas a reportagem da Gazeta do Povo estava lá e identificou que o risco de invasão era iminente. No local, apenas dois policiais legislativos guardavam a entrada e 200 agentes penitenciários estavam do lado de fora. Eles permaneceram no local por pelo menos uma hora antes de invadir sem que a segurança tenha sido reforçada.

De acordo com a Polícia Legislativa, alguns agentes penitenciários que invadiram a Casa estavam armados e foi necessário usar spray de pimenta dentro da sala onde ocorria o debate sobre a Previdência. Esse tipo de arma não letal não deve ser utilizada em ambientes fechados e algumas pessoas chegaram a passar mal.

Revisão da estratégia

O presidente da comissão de Previdência, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), reconhece que a estratégia de segurança do Congresso precisa ser revista. “Não posso avaliar se houve falha na segurança. Mas parlamentar não pode ter temor. Nós tomamos decisões que agradam alguns e desagradam a outros. O que aconteceu ontem [na quarta-feira, 3] não podia ter acontecido”, afirmou o deputado.

O efetivo da Polícia Militar também deve ser reforçada na área externa ao Congresso em dias de votação. A segurança do Palácio do Planalto, que também fica na Praça dos Três Poderes, também foi reforçada. A revista de quem circula pelo prédio ficou mais rígida.

OUTROS EPISÓDIOS

Veja outros episódios recentes de violência no Congresso:

Agentes penitenciários invadem o Ministério da Justiça

No dia 3 de maio, cerca de 500 agentes penitenciários quebraram a porta de vidro do acesso principal do prédio do Ministério da Justiça, em Brasília, e ocuparam o Salão Negro do edifício.

Policiais quebram vidros da chapelaria do Congresso

Em protesto em 18 de abril contra a reforma da Previdência, policiais civis, rodoviários e federais tentaram invadir a chapelaria do Congresso e no tumulto vidraças do prédio foram quebradas. Eles também subiram a rampa de acesso ao Salão Negro e tentaram entrar, mas foram impedidos pela Polícia Legislativa.

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