• Carregando...
 | EVARISTO SA/AFP
| Foto: EVARISTO SA/AFP

O presidente Michel Temer se cercou de deputados aliados para demonstrar força no momento de seu pronunciamento na tarde desta terça-feira (27). Todos os líderes e vice-líderes do governo e de partidos da base foram incumbidos de chamar seus liderados. Não estavam ali os 172 deputados necessários para livrá-lo da abertura de processo no Supremo Tribunal Federal (STF). Nas contas de Darcisio Perondi (PMDB-RS), um dos pontas de lança de Temer no Congresso, 112 deputados estavam ali. Há controvérsias. Outros governistas avaliaram entre 70 a 80 de seus pares presentes no Planalto.

Chamou a atenção a presença de deputados que estão encrencados na Operação Lava Jato. Entre citados, investigados e alvos de inquéritos estavam ali pelo menos sete deputados. Desses, cinco são do PP, partido que tem maior número de parlamentares envolvidos na Lava Jato.

Os investigados pelo STF que estavam lá eram Arthur Maia (PPS-BA), que foi relator da Previdência e acusado pela Odebrecht de ter recebido R$ 200 mil não contabilizados; Arthur Lira (PP-AL), líder do PP e que chegou a ter seus bens bloqueados; Luiz Fernando Faria (PP-MG), apontado como beneficiário de recursos do esquema da Petrobras entre 2008 e 2014; Luis Carlos Heinze (PP-RS), alvo de inquérito no STF por ter sido citado pelo doleiro Alberto Yousseff como recebedor de pagamento mensal do esquema; Júlio Lopes (PP-RJ), acusado de ter recebido R$ 600 mil de empreiteiras para campanha de 2014, em troca de apoio que deu a empresas quando secretário de Transportes do Rio durante cinco anos; Aníbal Gomes (PMDB-CE), apontado como homem de confiança do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) nessas irregularidades; e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), que também teria se beneficiado do esquema.

Evandro Éboli/Gazeta do Povo

Cotados para relatar denúncia estavam presentes

Estavam presentes também os deputados do PMDB gaúcho Alceu Moreira e Jonas Martins, que são cotados para assumir a relatoria da denúncia do procurador-geral Rodrigo Janot contra Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. O presidente da comissão, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), já afirmou que não aceitará pressão para indicar o relator e que está disposto a aceitar que as denúncias contra Temer enviadas por Janot sejam votadas separadamente, ao contrário do que deseja o governo.

Perondi, que é vice-líder do governo, disparou mensagens no celular chamando os deputados da base para comparecer no Palácio, que dizia. “Meu caro. O presidente Michel Temer fará um pronunciamento hoje, às 15h, no Palácio do Planalto. Agora é hora de unificar a base e pacificar o país”.

Até o deputado Major Olimpio (SD-SP), que foi afastado ontem da CCJ por ser a favor da saída de Temer, recebeu. E ironizou. “O Perondi está apelando para todo mundo”.

No final do pronunciamento de Temer, Perondi criticou o procurador-geral da República. “O Janot assumiu seu papel de petista”.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]