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Manifestantes tentarem furar a barreira policial que cerca o Congresso Nacional e a PM revidou com bombas de efeito moral. | Wilton Júnior/Estadão Conteúdo
Manifestantes tentarem furar a barreira policial que cerca o Congresso Nacional e a PM revidou com bombas de efeito moral.| Foto: Wilton Júnior/Estadão Conteúdo

“Bom dia para quem veio mais cedo pegar o metrô.. e deu de cara com ele fechado”. Foi assim que começou o dia do morador de Brasília nesta quarta-feira (24), quando ocorrem manifestações na zona central da capital federal e greve de rodoviários e metroviários. As manifestações que estavam marcadas desde o começo da semana passada, contra as reformas trabalhistas e da Previdência, ganharam força com a divulgação de áudios gravados pelo empresário Joesley Batista que abriram a mais grave crise política da gestão Michel Temer.

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Cerca de 35 mil pessoas, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, marcham no Eixo Monumental rumo ao Congresso Nacional e ao Palácio do Planalto e pedem o fim das reformas e o impeachment do presidente Temer.

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A Esplanada dos Ministérios está fechada para o trânsito de veículos e conta com um esquema de segurança especial. Para impedir que os manifestantes se aproximem demais dos principais prédios públicos, foram cercados com grades como o Congresso, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal. Os manifestantes estavam concentrados no Estádio Mané Garrincha e começaram a marcha por volta do meio-dia. Neste momento ocorrem confrontos entre policiais e manifestantes.

Com bombas de efeito moral, a Polícia Militar tenta afastar os manifestantes da área próxima ao gramado do Congresso Nacional, que foi isolada. O tumulto ocorre na Alameda das Bandeiras, via em frente ao Congresso. Logo após chegarem ao local e tentarem furar a barreira, alguns manifestantes hostilizaram policiais que faziam a barricada, o que levou a PM a atirar bombas de efeito moral.

Com a confusão, algumas pessoas passaram a jogar hastes de bandeiras e pedras em direção aos policiais. Alguns manifestantes acenderam duas grandes fogueiras com restos de bandeiras e papelão. A PM tenta controlar o tumulto, mas, até agora, sem sucesso.

Baixas no governo

A marcha Ocupa Brasília ocorre em um momento delicado para Temer, envolvido em denúncias de corrupção. No Palácio do Planalto, em uma semana saíram três assessores especiais de Temer. Na semana passada, o deputado paranaense Rodrigo Rocha Loures, braço-direito do presidente, foi flagrado recebendo R$ 500 mil de um executivo da JBS.

Nesta quarta, foi publicada a exoneração do assessor Sandro Mabel, que pediu demissão. Um dia antes, Tadeu Filippelli, ex-vice-governador do Distrito Federal, foi preso junto com os ex-governadores José Roberto Arruda (PR) e Agnelo Queiroz (PT). Foi na gestão de Queiroz que se construiu o Estádio Mané Garrincha, que segundo a Polícia Federal pode ter sido superfaturado em R$ 900 milhões.

As centrais sindicais divulgaram aos manifestantes as informações sobre a marcha de hoje. Segundo relatório da reunião com presença de nove centrais e de representantes dos movimentos sindicais com a Secretaria de Segurança de Brasília e o Comando da Polícia Militar realizada na terça-feira (23), ficou definido que os manifestantes serão revistados próximo à rodoviária do plano piloto. Os atos desta quarta começaram quentes. A Polícia Militar proibiu a passagem pela Esplanada dos Ministérios de pessoas com mastros de bandeiras e tubos de PVC e pela manhã já ocorreram prisões e apreensões de armas e drogas.

Em um relato que circulou pelo WhatsApp, os organizadores do movimento afirmam que “o ato está potencializado pela atual conjuntura do país, portanto é preciso que todos os participantes compreendam que não existe total segurança para o que poderá acontecer. Esse é o sentimento da maioria dos organizadores”.

O encerramento do ato está marcado para as 18h30, no Congresso. Há muitos ônibus estacionados na região de concentração dos atos. A reportagem da Gazeta do Povo contou 97 ônibus na região. As centrais sindicais informam em seus sites e redes sociais que caravanas saíram de todo o país para a manifestação de Brasília.

Ato popular ou político?

O assunto mais citado no Twitter neste momento é #DiretasPorDireitos, indicando que os grupos que comandam a divulgação do ato defendem as eleições diretas, uma pauta defendida pelos partidos de oposição. A conta oficial do PSOL no Twitter usa a hashtag #DiretasPorDireitos e diz que “milhares de pessoas já estão na capital federal”para as manifestações.

Os atos podem servir de termômetro para o governo federal e os políticos da base sobre a adesão popular aos pedidos de eleições diretas. Por enquanto, Temer mantém a posição de não renunciar. PSDB e DEM seguem aguardando mais sinais para definir se seguem apoiando o governo do peemedebista.

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