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O Brasil não tem um governo; o governo é que tem um país!
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Todo aniversário de nossa Independência eu costumo publicar um mesmo texto, clamando por uma nova independência – desta vez de Brasília. Não somos cidadãos, mas súditos. Temos um governo que controla metade da economia diretamente, fora todas as infindáveis regulações e burocracia. A centralização de poder é brutal. Não podemos, infelizmente, afirmar que somos um país livre.

Pego carona nos pensamentos de Roberto Campos, que pregava num deserto. Hoje os liberais já não pregam mais num deserto, pois nossas ideias ganharam força. Mas ainda estão longe de ser mainstream, de persuadir a maioria. E, para que isso aconteça, é fundamental que os empresários participem desse esforço, para divulgar mais as vantagens do liberalismo.

Só posso festejar, portanto, que um projeto como o Brasil 200 tenha sido lançado. Ele é um manifesto liderado por alguns empresários, mas que fala em nome do povo brasileiro, do cidadão comum, dos trabalhadores, de todos aqueles que produzem riquezas, ao contrário dos que só sabem tomá-la pelo estado, sob o pretexto de distribui-la de forma mais “justa”.

Um dos principais nomes por trás desse movimento é o de Flávio Rocha, da Riachuelo, que fala da iniciativa em artigo publicado hoje na Folha. Em quatro anos completaremos 200 anos de “independência”, mas sem muito a comemorar. E o motivo é óbvio: a hipertrofia estatal, incapaz de tomar conta da sua função mais básica que é a segurança. Diz Rocha:

O fato é que o Brasil não tem um governo. O governo é que tem um país. E o usa indevidamente, sem observar os princípios básicos de uma administração saudável e republicana, em que o bem comum está acima de interesses individuais ou de grupos. O resultado é a gastança, o desperdício, o endividamento, com prejuízo a todos, ou quase todos, se é que me entendem.

Nosso esforço diário em gerar riqueza é drenado pelos ralos bilionários de corrupção e clientelismo, é ameaçado por regulações insanas e intervencionismo retrógrado. Os últimos anos, em que prevaleceu o paternalismo autoritário, foram marcados pela aversão ao liberalismo e ao empreendedorismo. Se ameaça vidas —as vidas das famílias do exército de desempregados—, a incompetência é criminosa.

É preciso dar um basta! Chegou a hora de uma nova independência. É preciso tirar o Estado das costas da sociedade, do cidadão que não aguenta mais carregá-lo como um fardo. Essa é a independência de que falo, a independência que remete à liberdade.

Não há aqui messianismo algum, pois Rocha reconhece que a jornada será longa. Por isso mesmo deve ser iniciada o quanto antes. A elite empresarial, porém, não costuma se mexer muito nesse sentido, em parte pelo vício no próprio estado “caridoso”, em parte por medo de retaliação do poderoso Leviatã. Como diz Rocha:

A elite empresarial brasileira, da qual faço parte, infelizmente não tem liderado o processo de mudança para tornar o Brasil um país mais livre. Parte dela é até sócia do assalto ao Estado com prejuízos incalculáveis para a população mais carente. Isso é absolutamente inaceitável.

É crucial essa elite perceber que não dá mais para fugir de seu dever patriótico. Se não for por aí o convencimento, talvez possa ser pelos seus próprios interesses: o monstro cresceu demais e se não for reduzido, vai engolir a todos.

Ter consciência do perigo é importante, pois alguns empresários acham que o Brasil nunca terá jeito, e que vai sempre ser esse mar de mediocridade. O problema é que o tamanho do estado segue aumentando, e o que era medíocre ontem será catastrófico amanhã. Não dá mais para empurrar o problema com a barriga. O caso da Previdência é um exemplo claro disso.

“Se saio da minha zona de conforto para tomar essa iniciativa é porque tenho fé no Brasil e nos brasileiros. Urge devolver o Brasil ao seu verdadeiro dono, o povo brasileiro”, conclui Rocha. Se desejamos ter uma nação que nos dê orgulho, precisamos tomar o controle de volta das mãos do governo. Precisamos ter menos governo para ter mais Brasil, mais cidadania, mais liberdade e prosperidade. Está na hora de uma nova independência!

Rodrigo Constantino

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