• Carregando...

Tira-dúvidas

Durante dez dias (entre 27 de julho e 5 de agosto), os leitores da Gazeta do Povo enviaram ao jornal suas dúvidas sobre prevenção, sintomas e tratamento da gripe A H1N1. Veja as respostas dos especialistas :

- Imprima o cartaz com as principais informações sobre a Gripe A

A faixa etária compreendida entre 20 e 49 anos é a que mais tem registrado mortes pela gripe A, também conhecida como gripe suína, no Paraná. Segundo o boletim mais recente da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), divulgado na sexta-feira (21), 64,8% dos óbitos registrados no estado fazem parte deste grupo - 92 de um total de 142 mortes. Apesar de médicos infectologistas levantarem algumas hipóteses, ainda não há uma explicação sobre qual seria a razão de haver um número maior de mortes entre pessoas dessa idade.

A Sesa disse que não tinha informações sobre quantos mortos dessa faixa etária apresentavam outros fatores de risco. O que se sabe é que do total de mortos, 46 tinham alguma comorbidade (obesidade, gravidez, diabetes, doença cardíaca, doença pulmonar, entre outros), de acordo com a análise epidemiológica divulgada pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) na quarta-feira (19).

A infectologista Mônica Gomes da Silva, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia e coordenadora do Programa de Residência em Infectologia do Hospital Nossa Senhora das Graças, disse que uma hipótese levantada diz respeito ao fato de que pessoas que nasceram depois de 1957 não teriam nenhuma proteção contra o vírus H1N1. Isso porque no período anterior a essa data um vírus similar ao H1N1 estava circulando pelo mundo e isso pode ter criado algum tipo de proteção cruzada aos que tiveram contato com o vírus. Sendo assim, os nascidos depois de 1957 estariam mais suscetíveis ao vírus da nova gripe.

A médica tratou também da questão do diagnóstico das mortes por Influenza. Segundo ela, nos outros anos os médicos não tinham como confirmar o diagnostico de infecção por Influenza (gripe) com técnica laboratorial. As pessoas que morreram foram diagnosticadas como pneumonia. "Por esse motivo não é possível fazer comparações. Pois é o primeiro ano que estamos fazendo diagnóstico de Influenza em um grande número de pacientes", explicou Mônica. Dessa forma, a infectologista afirmou que não é possível afirmar com segurança quantos adultos entre 20 e 49 anos morreram por Influenza e suas complicações nos outros anos, pois a doença se parece muito com pneumonia e o teste confirmatório não era amplamente disponibilizado.

Já o infectologista Sérgio Penteado, coordenador do Serviço de Clínica Médica e Infectologia do Hospital Evangélico, salientou que uma das hipóteses para essas mortes seria a resposta inflamatória excessiva do organismo dessas vítimas à presença do vírus, o que causaria lesões nos pulmões e faria com que houvesse evolução para um quadro mais grave.

Outra proposição levantada por Penteado diz respeito ao fato de que os idosos foram vacinados contra outros tipos de Influenza e isso poderia causar um efeito protetor nesse grupo. "Existem algumas hipóteses que estão sendo estudadas, no entanto não há comprovação científica", explicou Penteado.

A questão inflamatória também foi a hipótese levantada pelo infectologista Alceu Fontana Pacheco Júnior, presidente da Sociedade Paranaense de Infectologia e médico-chefe do Serviço de Epidemiologia do Hospital Evangélico. Pacheco Júnior destacou também que como se trata de um vírus novo, ainda não havia dados sobre o H1N1 e por esse motivo não era possível prever como seria a evolução do vírus. "Normalmente a Influenza acomete com mais frequência crianças e idosos. No entanto, a Influenza A tem se manifestado mais em pessoas entre 20 e 49 anos. As associações médicas e as autoridades de saúde buscam explicações para isso", salientou Pacheco Júnior.

De acordo com o médico, as notícias que chegavam dos Estados Unidos davam conta de que as pessoas que morreram por causa do H1N1 tinham doenças pré-existentes e isso agravou o quadro e levou a óbito. No entanto, essa situação não tem se confirmado na capital paranaense. Dados da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba - apresentados na terça-feira (18) – confirmaram que metade das pessoas que morreram na cidade em decorrência da gripe suína tinha doenças prévias.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]