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Os médicos do Hospital Evangélico de Curitiba anunciaram, nesta quinta-feira (19), uma paralisação de 48 horas, como forma de protesto pelo atraso de cinco meses no pagamento dos honorários. Entre quinta e sexta-feira, serão atendidos somente pacientes em situação de urgência e emergência.

De acordo com o diretor clínico do hospital, José Luiz Takaki, a paralisação é um alerta para mostrar que pode haver uma greve caso a situação não seja resolvida. "Nós recebemos em junho o valor referente a novembro de 2011 e janeiro de 2012. O resto todo está atrasado", disse. Os médicos não são contratados da instituição, eles trabalham como prestadores de serviços e recebem conforme produção. "Muitos médicos que dependem desse dinheiro estão largando o hospital. Não somos milionários como todo mundo pensa", completou Takaki.

Os setores de ortopedia, neurocirurgia, cirurgia geral, urologia e queimados estão totalmente paralisados e atendem somente casos de urgência e emergência, de acordo com o hospital. As especialidades de cardiologia, endocrinologia, oncologia, oftalmologia, dermatologia, pediatria, bucomaxilo e clínica médica funcionam parcialmente. Os atendimentos devem ser normalizados na segunda-feira.

Foram canceladas 600 consultas e 100 cirurgias nos dois dias, conforme informou o Hospital Evangélico. Takaki lamenta pelos pacientes, mas afirma que os médicos não encontraram outra forma para alertar sobre o problema. "Infelizmente prejudica o doente que não tem nada a ver com isso, mas os médicos não tem outra coisa a fazer a não ser se recusar a trabalhar", afirmou.

Segundo o hospital, foi possível avisar, por telefone, a maioria dos pacientes sobre a paralisação e parte dos atendimentos já foi reagendada para a próxima semana. As pessoas que ainda não reagendaram a consulta ou cirurgia devem procurar a instituição a partir de segunda-feira para programar uma nova data.

Em nota, o hospital declarou: "Como amplamente divulgado nos meios de comunicação, as instituições filantrópicas, dentre as quais se inclui o Hospital Evangélico, passam por dificuldades em vista dos recursos do SUS serem insuficientes e defasados, fato este que compromete o repasse financeiro regular aos médicos e demais. A direção ressalta que esforços para mudar esta situação estão sendo feitos desde março quando um novo modelo de gestão passou a ser implementado [...]".

Manifestação

Às 11h desta quinta-feira, 15 médicos e alguns estudantes fizeram um protesto pacífico em frente ao hospital. Os manifestantes seguravam faixas para lembrar a causa.

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