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A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta sexta-feira (21) que o medicamento Tamiflu deve ser dado a pessoas particularmente vulneráveis à gripe A H1N1, uma advertência a países como a Grã-Bretanha, onde a droga é distribuída livremente. A OMS havia dito anteriormente que os médicos deveriam decidir quem deveria receber Tamiflu.

Na sexta-feira, a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) disse que pessoas saudáveis que contraiam versões leves e moderadas da doença não precisam do medicamento, mas jovens, idosos, grávidas e pessoas que tenham problemas de saúde devem ser medicadas com Tamiflu. O uso liberado do medicamento pode levar a um vírus mais resistente, o que diminuiria os recursos para lutar contra a doença.

A OMS disse que pessoas que possam sofrer complicações decorrentes da gripe suína - crianças com menos de cinco anos, grávidas, pessoas acima de 65 anos e aquelas que tiverem problemas como doenças cardíacas, aids ou diabetes - devem certamente tomar o medicamento.

A agência também recomenda que todos os pacientes, incluindo crianças que tenham casos graves de gripe suína, com dificuldades respiratórias, dores no peito ou grande fraqueza, devem tomar Tamiflu imediatamente, talvez em doses maiores do que as usadas atualmente.

"A orientação da OMS é muito diferente do que está sendo feito na Inglaterra", disse Hugh Pennington, especialista da Universidade de Aberdeen. "A abordagem da Inglaterra está em descompasso com o restante do mundo".

A resposta inglesa ao surto de gripe suína é criticada, já que no país o Tamiflu é distribuído por centrais telefônicas. Desde que a Grã-Bretanha estabeleceu seu serviço nacional para a gripe em julho, o medicamento está disponível para qualquer um que suspeite ter a doença.

Os britânicos fazem a ligação para a central telefônica e recebem o medicamento sem nem sequer consultar um médico. Não há funcionários de saúde nas centrais e os atendentes não recebem treinamento médico. Escócia, Irlanda do Norte e Gales decidiram não participar do programa inglês.

Aves

O Chile informou nesta sexta-feira (21) a descoberta de casos de gripe suína em perus. O doutor Juan Lubroth, especialista em saúde animal da ONU disse que as aves infectadas tiveram apenas sintomas leves. Segundo o especialista, a carne de peru no Chile continua segura para consumo.

O Ministério da Saúde do Chile disse ter ordenado nesta sexta-feira uma quarentena para duas fazendas de produção de perus na cidade portuária de Valparaiso, depois de testes genéticos terem confirmado que aves doentes estavam infectadas pelo mesmo vírus que afeta os humanos.

A proprietária das fazendas, Sopraval SA, alertou o Ministério da Agricultura depois que a produção de ovos caiu nos locais neste mês. Após exames iniciais de quatro amostras, novos testes genéticos confirmaram que o vírus que infectou as aves era o A H1N1, anunciou os Ministérios da Saúde e Agricultura.

"O que os perus têm é o vírus humano, não há qualquer mutação", disse a vice-ministra

Jeannette Vega à Radio Cooperativa.

No Uruguai, a ministra de Saúde Pública María Julia Muñoz informou nesta sexta-feira que o número de mortos por causa da doença subiu para 32.

A doença causou a morte de 41 pessoas no Paraguai, informou nesta sexta Iván Allende, diretor do escritório da Vigilância Sanitária do Ministério de Saúde Pública. Ele informou também a existência de 472 pessoas infectadas pela gripe A H1N1. Os dados foram atualizados após a análise do sangue de vítimas, realizado em Atlanta, nos Estados Unidos.

O ministro da Saúde da Venezuela, Carlos Rotondaro, confirmou que 17 pessoas morreram no país vítimas da gripe suína. O número de infectados pela doença já chega a 696, informou a Agencia Bolivariana de Noticias (ABN).

Zimbábue

O primeiro-ministro do Zimbábue, Morgan Tsvangirai, pediu recursos de emergência para ajudar o país a combater a gripe suína depois de cinco estudantes contraíram a doença na cidade de Mutare, leste do país.

"O recente surto de gripe suína exige como resposta fundos nacionais de emergência", disse Tsvangirai durante uma conferência médica na capital do país, Harare.

"Nós não queremos que o que aconteceu com a cólera, no ano passado, se repita", disse Tsvangirai que não deu indicações de como o governo, com fortes dificuldades financeiras, vai conseguir dinheiro extra para combater a doença.

Mais de 2.400 pessoas morreram de cólera no último ano e funcionários da ONU advertiram que a mortal, porém evitável, doença pode surgir novamente.

A confirmação do vírus A H1N1 elevou os temores sobre o sistema de saúde do Zimbábue, que foi dizimado por uma década de sérios problemas econômicos.

Os médicos de hospitais estatais estão em greve há uma semana. Eles exigem melhores salários e o retorno das ajudas de custo em dólar, que foram retiradas no mês passado pelo governo e agências de ajuda humanitária.

Tsvangirai pediu aos médicos que retornem ao trabalho, afirmando que o governo está tentando atender suas exigências.

Os médicos recebem um salário de US$ 170, mas exigem um piso de US$ 3 mil e querem ser pagos de acordo com seu nível de experiência.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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