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Trânsito

Aplicativo de celular faz polícia mudar blitz

Operações denunciadas nas redes sociais são deslocadas para outras ruas. Fiscalização flagra até 25 motoristas dirigindo embriagados nos fins de semana

Aplicativo Waze é usado para compartilhar informações de trânsito em tempo real | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Aplicativo Waze é usado para compartilhar informações de trânsito em tempo real (Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo)

O Waze – aplicativo de celular por meio do qual é possível avisar os usuários dos pontos onde ocorrem blitz de trânsito – está fazendo com que a polícia repense sua estratégia de fiscalização em Curitiba. O Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) passou a monitorar o dispositivo. Assim que uma operação é "denunciada" pelas pessoas que utilizam o sistema, os policiais se deslocam para outro ponto.

"Quando somos ‘identificados’, montamos a operação em outro local. E isso acaba nos ajudando, porque canaliza quem usa a rede para essa fiscalização", disse o oficial de planejamento do BPTran, capitão Omar Bail. Apesar disso, o policial nega que a nova blitz seja articulada de forma a pegar os "fujões" que usam o Waze. "Não é uma ratoeira, mas acaba pegando esses motoristas [que usam o aplicativo]", afirmou.

Além disso, a polícia mudou a dinâmica das blitze. Antes do sucesso do Waze, ocorriam uma ou duas grandes operações por dia, realizadas por uma única equipe. Agora, o BPTran dividiu os policiais em quatro grupos menores, que podem deslocar as fiscalizações para outros locais. "Os resultados são bons. Em média, são oito mini-blitze por dia. Em fins de semana, entre 20 e 25 motoristas são encaminhados à delegacia, flagrados dirigindo embriagados", avalia o capitão.

Antes da popularização do Waze, outras plataformas já "vazavam" informações sobre as fiscalizações de trânsito. Em Curitiba, ganharam destaque os perfis "Blitz Curitiba" e "Xpeed Trânsito", ambos no Twitter, além de outras páginas no Facebook.

Divergências

Apesar da polêmica da divulgação dos locais de fiscalização, o delegado Armando Braga Júnior, titular da Delegacia de Delitos de Trânsito, não vê problemas no uso da ferramenta. "Não há nenhum crime nisso. Pelo contrário, acho que, ao informar a blitz, o sistema contribui para que as pessoas dirijam de maneira mais segura. Se a pessoa está num bar e vê que tem uma blitz perto, de repente, ela nem beba", acredita.

Mas para o BPTran, os dispositivos acabam interferindo no resultado das fiscalizações e ajudando motoristas a burlarem a lei. "Nosso objetivo não é pegar o cidadão de bem. É flagrar a pessoa que dirige embriagada, com habilitação suspensa, ou até pessoas que cometeram um assalto. As pessoas que usam esse sistema acabam se esquecendo que a sociedade precisa dessas abordagens", pondera Bail.

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