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PR-323 tem pista simples, poucas áreas de ultrapassagem e acessos complicados em trechos urbanos | Ivan Amorim/Gazeta do Povo/Arquivo
PR-323 tem pista simples, poucas áreas de ultrapassagem e acessos complicados em trechos urbanos| Foto: Ivan Amorim/Gazeta do Povo/Arquivo

Um acidente com 20 mortos – como foi o caso da colisão entre um ônibus e um caminhão nesta segunda-feira (31) no Noroeste do Paraná – faz disparar as estatísticas de qualquer estrada. Mas a verdade é que, bem antes da batida que vitimou duas dezenas de pessoas, a PR-323 já ostentava o nada honroso posto de rodovia estadual com o mais número de vítimas fatais. No trecho de 220 quilômetros entre Maringá e Iporã ocorrem mais de 500 acidentes por ano, segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE).

No ano passado, 38 pessoas perderam a vida naquele trecho. Em 2016, mesmo faltando dois meses para acabar o ano, o número já é bem maior que no período anterior: foram 61 óbitos, já considerando as mortes da colisão entre o ônibus com pacientes de Altônia e um caminhão carregado de leite.

Hoje a rodovia tem pista simples, poucas áreas de ultrapassagem e acessos complicados em trechos urbanos. São poucos os trechos com pista dupla. O fluxo diário na PR-323 oscila entre 31 mil veículos na saída de Maringá e 4 mil nos trajetos menos movimentados. Apontada como uma das rodovias cruciais para o estado – seja pelo escoamento de safra ou por que passa por cidades importantes, como Umuarama e Cianorte – a PR-323 esteve perto de ser duplicada.

Foi realizada uma licitação para ceder a administração da rodovia à iniciativa privada em 2014. O consórcio de empresas que venceu a disputa deveria duplicar o trecho e teria direito de cobrar pedágio. Contudo, uma série de entraves impediu que a obra fosse realizada. Primeiro, o governo estadual encontrou dificuldades para garantir a contrapartida milionária que precisava repassar anualmente para ajudar a bancar a duplicação. Quando esse empecilho foi vencido, a Odebrecht, empreiteira que encabeçava o consórcio vencedor, já estava “afundada” na operação Lava Jato e não conseguiu os empréstimos de que precisava para tocar o projeto. O governo estadual decidiu, então, cancelar a licitação, sem previsão de escolher uma nova empresa.

Enquanto o impasse não era resolvido, os gastos governamentais na estrada foram retidos. Contudo, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) assegura que foram feitos serviços rotineiros de manutenção em pontos críticos de asfalto e sinalização. Em razão das fortes chuvas do início do ano, alguns trabalhos emergenciais teriam sido realizados. Sobre melhorias efetivas, o DER informa que começou um estudo de restauração de toda a rodovia PR-323. A intenção seria, no ano que vem, pavimentar terceiras faixas, em pontos críticos, como subidas, e duplicar alguns pontos.

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