
O ano é 1944. A guerra que dizimou milhões de judeus segue avançando pela europa. O Brasil, que até então se mantinha neutro, declara apoio aos Aliados e os primeiros homens da Força Expedicionária Brasileira (FEB) chegam à Itália em julho do mesmo ano. A história desses homens, em especial dos paranaenses, pode ser conhecida no Museu do Expedicionário, que completa 35 anos em 2015.
Os combatentes brasileiros desempenharam papel importante nas batalhas travadas na Segunda Guerra Mundial. Uma das mais emblemáticas foi a de Monte Castello, que arrastou-se por três meses, de novembro de 1944 a fevereiro de 1945. O conflito marcou a presença da FEB na guerra, que acabou pouco tempo depois. Em setembro de 1945, foi declarada a vitória dos Aliados.
Ao retornarem ao Brasil, os combatentes encontram um cenário de abandono social, pois a Força Expedicionária Brasileira teve o seu fim decretado ainda quando eles estavam na Itália. Sem o apoio do governo federal e sem políticas públicas específicas para o tratamento de doenças e sequelas adquiridas durante a Guerra, surgiram em todo país associações destinadas à reintegração social e ao apoio psicológico aos homens que haviam lutado pela pátria.
No Paraná, foi fundada, em 20 de novembro de 1946, a Legião Paranaense do Expedicionário (LPE). Formada por oficiais da ativa e da reserva do Exército que haviam atuado durante a Segunda Guerra Mundial, ela tinha como objetivo, além da luta por direitos dos ex-combatentes, a preservação da história da Força Expedicionária.
Era o início de uma nova luta. Dessa vez, a batalha era arrecadar investimentos para a construção da Casa do Expedicionário, que honraria os veteranos de guerra. Em 15 de novembro de 1951, a Casa do Expedicionário foi inaugurada na sede da Legião Paranaense dos Expedicionários (LPE).
O professor Dennison de Oliveira, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), conta que, embora tenham acontecido diversas mudanças no estatuto da LPE, a cláusula destinada à memória nunca deixou de existir. Assim que se criou a Legião e iniciou-se o processo para a criação do museu, foi lançada uma campanha para reunir peças do acervo pessoal dos ex-combatentes. De documentos a uniformes, de livros a armas, tudo que remetesse à luta dos expedicionários paranaenses na Segunda Guerra Mundial era bem-vindo para a composição do museu.
Glórias do passado
Passaram-se alguns anos até que a instituição começasse a assumir a forma de hoje. No início, como a principal função da Casa do Expedicionário era oferecer serviços de apoio aos ex-combatentes, o museu só ocupava um cômodo do imóvel. No espaço, doações de quem esteve no campo de batalha formavam o acervo.
Chamado de Sala Tenente Max Wolf Filho, logo o cômodo ficou pequeno. Como o volume de doações aumentou, a LPE decidiu transformar todo o prédio da Casa do Expedicionário em museu. Em 19 de dezembro de 1980, o local virou oficialmente museu e foi reconhecido como um dos mais completos do Brasil sobre o assunto.
Uma das peças do acervo do Museu do Expedicionário é o avião de caça P-47 Thunderbolt, que fica em frente ao prédio, na Praça do Expedicionário. A aeronave fez parte do 1.º grupo de caça da Força Aérea Brasileira e participou na Itália do maior número de missões. Na parte externa também há uma lápide que homenageia os 28 expedicionários do Paraná mortos nos combates da Segunda Guerra.







