• Carregando...

Um post publicado nesta quinta-feira (20) na rede social Facebook questionou a postura do diretor de shopping de Curitiba, que teria chamado um jovem portador de necessidades especiais de “inconveniente”.

A publicação foi feita pela curitibana Dora de Paula, que acusa diretor do Shopping Novo Batel por supostas ações intolerantes cometidas contra o filho dela. O post não deixa claro qual é o tipo de deficiência ou condição do jovem, e fala que o caso ocorreu dentro de uma confeitaria do estabelecimento. O shopping contesta a versão publicada na internet e disse que a mulher não entendeu uma observação feita pelo cliente.

De acordo com o texto de Dora, que vive na França há 25 anos e está em Curitiba neste momento, o diretor do shopping teria dito em voz alta que o menino especial estava atrapalhando o “seu chá”, e teria acrescentado que o garoto era “inconveniente” e que ele não tinha condições de frequentar um lugar público, portanto, “deveria estar em casa”.

Manifestação

O episódio que ocorreu no Shopping Novo Batel motivou famílias de pessoas com deficiência, com autismo e síndrome de down a realizar uma ação no local no domingo (23). A partir das 16h, haverá a distribuição de folhetos informativo e cartazes pedindo respeito às famílias de pessoas com deficiência, que historicamente sofrem preconceito em espaços públicos.

A ação também marca o início da Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, que ocorre de 21 a 28 de agosto. O ato é organizado pela associação União de Pais Pelo Autismo (Uppa), de Curitiba. A ação também marca o início da campanha “Basta de discriminar a diferença!”, que vai coletar depoimentos de pessoas com deficiência ou seus familiares que foram submetidos à situações de discriminação.

O diretor ainda teria falado à mãe que ela não sabia cuidar do garoto. Essas frases, de acordo com o post, teriam sido ditas depois que o jovem se manifestou em voz alta.

Ainda na publicação – que já havia somado 3.470 curtidas até o meio-dia desta sexta-feira (21) – Dora questionou a postura do diretor e indagou se esse seria o procedimento comum do executivo.

“Quando uma mãe frequenta o seu Shopping com um bebê que chora ou fala alto no telefone devemos expulsá-los também? O que nos deveríamos ter feito, ido embora para o senhor poder tomar o seu chá? A solução eh trancar estas pessoas para que elas não incomodem o padrão da normalidade estética e auditiva deste mundo? [sic]”.

Facebook/Reprodução
Shopping contesta versão e diz lamentar o ocorrido

Uma nota enviada pela assessoria de imprensa do Shopping Novo Batel (leia o teor na íntegra no fim da reportagem) contesta a versão que está sendo veiculada nas redes sociais. De acordo com o texto, o diretor do estabelecimento não teria se dirigido ao adolescente, e sim à mãe dele, que, de acordo com a nota, estaria gritando de um jeito “muito nervoso no ambiente”.

O texto diz ainda que o executivo pediu “educadamente” que a mãe cuidasse do jovem. “Apesar do incidente (na versão da mãe), o cliente lamenta o ocorrido e que o mesmo não contribuiu de maneira alguma para o que está sendo postado nas redes sociais”, diz o texto.

Por causa da grande repercussão do assunto, o Sindicato dos Lojistas do Comércio Estabelecido em Shopping Centers de Curitiba (SindiShopping) se manifestou nesta manhã. Em nota encaminhada pela sua assessoria de imprensa, o sindicato disse que “lamenta o ocorrido relatado pela cliente Dora de Paula e assegura que os lojistas do Novo Batel não concordam e lamentam o episódio”.

Leia a nota enviada pelo shopping na íntegra

A Diretoria esclarece que houve um mal-entendido entre clientes que estavam nas dependências de um Café, na tarde desta quinta-feira (20/08/2015). Uma mãe não entendeu observação feita pelo cliente.

De acordo com a mãe o empresário teria agido de maneira discriminatória em relação ao comportamento do seu filho especial (adolescente de aproximadamente 20 anos), no local.

Na verdade o que ocorreu foi que o cliente dirigiu-se a senhora e não ao seu filho (que estava gritando e muito nervoso no ambiente), pedindo educadamente que a mesma cuidasse do seu filho. Apesar do incidente (na versão da mãe), o cliente lamenta o ocorrido e que o mesmo não contribuiu de maneira alguma para o que está sendo postado nas redes sociais.

Vale ressaltar que o cliente/empresário, sempre manifestou o maior respeito e admiração aos pais de crianças e jovens de modo geral, tanto que recebe no estabelecimento do qual é um dos seus diretores, quase que constantemente escolas de crianças especiais, inclusive nas salas de cinema.

Além disso, contribui para hospitais de nosso município, e mantém uma instituição filantrópica, no Bairro Pinheirinho, que atende mais de 180 crianças carentes, de até oito anos de idade, com educação e alimentação (três vezes por dia), sem nenhum auxílio do Poder Público, desde o ano de 2007.

Por fim, lamentamos o ocorrido e nos colocamos à disposição para quaisquer esclarecimentos.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]