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Escreveu a poeta curitibana Alice Ruiz em um de seus haikais: "Primavera, até a cadeira olha pela janela". Não é para menos. Além de ser a época em que as árvores florescem, a estação favorita dos românticos pode misturar, num mesmo dia, céu azul com oscilação na temperatura e fortes temporais.

A primavera começa oficialmente amanhã, exatamente às 0h09, momento que representa o equinócio: quando o sol se encontra sobre a linha do equador e concede a mesma quantidade de energia aos dois hemisférios do planeta. No minuto seguinte, o Hemisfério Sul passou a receber uma maior quantidade de energia.

Quem mora no Brasil percebe que, por aqui, as estações do ano não tem seus efeitos tão claros como acontece em outros lugares do mundo. "O Hemisfério Norte possui mais continentes que o Sul, que tem maior cobertura dos oceanos, o que mantém o calor ou o frio por mais tempo", explica Ana Beatriz Porto, meteorologista do Instituto Tecnológico Si­­mepar. Segundo ela, isso faz com que demore mais para esfriar ou aquecer por aqui. "Assim, eles têm tanto inverno quanto verão bem mais intensos", explica.

Desde maio, estações meteorológicas observam esfriamento anômalo das águas no Oceano Pacífico na região equatorial. O registro ocorreu por mais de três meses, o que caracteriza a presença do fenômeno La Niña a partir desta primavera. O Rio Grande do Sul é o estado brasileiro mais afetado, com possibilidade de estiagem. "Mais para o nordeste, ela provoca formação de chuvas e há regiões que nem são afetadas como o Centro-Oeste", diz Ana Beatriz.

Chuvas

No Paraná, o padrão climático da primavera traz um aumento natural no volume de chuvas, que podem acontecer por movimentações de frentes frias ou quentes ou pelo contraste de temperaturas altas com alta umidade do ar. "Há também linhas de instabilidade com pequenas áreas de chuvas que se deslocam e duram apenas algumas horas, são as chamadas ‘chuvas de primavera’", relata Ana Beatriz.

Em 2010, por influência da La Niña, o regime de chuvas poderá oscilar entre abaixo e próximo à média histórica, com pancadas de chuva mal distribuídas, de curta duração e em pontos isolados. Em relação às temperaturas, há um aumento dos valores médios com o passar dos meses, com dias mais quentes e longos ao aproximar do verão.

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