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Advogado Juarez Cirino deixou a defesa de Lula na última sexta-feira | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Advogado Juarez Cirino deixou a defesa de Lula na última sexta-feira| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O advogado Juarez Cirino dos Santos, que protagonizou uma das discussões mais tensas com o juiz Sergio Moro durante audiências da Lava Jato, deixou a defesa do ex-presidente Lula. Em um documento protocolado na Justiça Federal na última sexta-feira (17), o advogado e outros dois profissionais de seu escritório renunciam à defesa de Lula sem informar o motivo da saída do caso.

Além de Cirino, outros dois advogados de escritórios diferentes atuam na defesa de Lula: José Roberto Batochio e Cristiano Zanin Martins, que continuam atuando no caso. Cirino e os demais advogados que deixaram a defesa afirmam no documento sua admiração pelo ex-presidente Lula “por sua atuação como sindicalista, criador e dirigente do Partido dos Trabalhadores e Presidente da República, em cuja defesa os requerentes empregaram toda capacidade jurídica, energia psíquica e comprometimento ideológico”.

Em entrevista à Gazeta do Povo, o advogado disse que deixou a defesa de Lula por razões pessoais. “Evidentemente existem motivos que não estão ligados ao presidente Lula, e eu não quero declarar esses motivos e não devo declarar por motivos éticos e profissionais”, disse Cirino. “Nós dedicamos toda a nossa energia, nossa capacidade, nosso esforço em defesa do ex-presidente porque efetivamente ele merece isso e por razões pessoais decidimos nos retirar da causa”, completou o advogado.

Cirino afirmou, ainda, que acredita na inocência do ex-presidente em relação aos crimes pelos quais Lula responde na Lava Jato. “Independentemente da minha saída, tenho que dizer que a posição do presidente Lula é muito tranquila, muito confiante, muito serena, de quem não tem nada a temer, de quem não praticou nada de errado”, disse.

Processos

Em Curitiba, Lula responde a dois processos na Lava Jato. No primeiro, o MPF acusa o ex-presidente de receber propina da OAS por contratos da empreiteira com a Petrobras através da compra e reforma de um tríplex no Guarujá, litoral norte de São Paulo, e no armazenamento de bens da Presidência da República. No segundo processo, Lula é acusado de receber propina da Odebrecht na compra de um terreno em São Paulo para a construção de uma nova sede do Instituto Lula - a obra que não chegou a ser realizada - e no aluguel de um imóvel em São Bernardo. Lula também é investigado em pelo menos um inquérito da Polícia Federal em Curitiba, relacionado a um sítio em Atibaia, no interior de São Paulo, que a PF acredita pertencer ao ex-presidente. Ele nega.

“Respeite o juízo”, disse Moro a Cirino durante audiência

Cirino protagonizou uma das discussões mais tensas entre a defesa de Lula e o juiz Sergio Moro na Lava Jato. Em dezembro do ano passado, pouco antes do recesso de final de ano do Judiciário, Moro discutiu com Cirino durante depoimento de Mariuza Aparecida da Silva Marques, engenheira civil da OAS que trabalhou no tríplex do Guarujá, e chegou a gritar com o defensor.

“Doutor, está sendo inconveniente. Já foi indeferida sua questão. Já está registrada e o senhor respeite o juízo!”, gritou Moro.

Essa não foi a única vez que a defesa de Lula bateu boca com Moro durante as audiências da Lava Jato. Batochio já chegou a chamar o juiz de nazista em uma das audiências. Outros advogados de defesa dos réus da operação também já tiveram embates acalorados com o magistrado.

Veja a discussão de Moro com Cirino:

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