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Presidente Dilma Rousseff não deve descer a rampa do Palácio do Planalto para não caracterizar “fim do mandato”. | Evaristo Sá/AFP
Presidente Dilma Rousseff não deve descer a rampa do Palácio do Planalto para não caracterizar “fim do mandato”.| Foto: Evaristo Sá/AFP

Embora a votação no Senado nesta quarta-feira (11) trate apenas da admissibilidade ou não do pedido de impeachment pela Casa, a oposição já trata tal etapa como fim de mandato para a presidente Dilma Rousseff.

Mesmo aliados da petista admitem que não têm votos suficientes para impedir o prosseguimento do processo de impeachment agora e o consequente afastamento da petista por até 180 dias. A partir daí, opositores consideram que o vice-presidente Michel Temer (PMDB), na condição de interino, deve assumir a cadeira máxima do Executivo com todas as possibilidades para permanecer definitivamente no posto.

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Os parlamentares mais próximos de Dilma garantem que não vão jogar a toalha após o resultado desta quarta-feira (11).

Na avaliação de alguns, a petista nem deveria descer a rampa do Palácio do Planalto nesta semana, após a votação no Senado. A ideia é que a presidente não dê aos opositores a imagem que pode virar símbolo de “fim de mandato” e opte por uma saída mais discreta. Essa, inclusive, teria sido uma sugestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Nós temos uma segunda fase do processo, que é o julgamento do mérito. Vamos continuar firmes na defesa da presidenta Dilma e principalmente do legado que nós construímos nos últimos 13 anos”, indicou a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).

Para o cientista político Murillo de Aragão, presidente da Arko Advice Pesquisas, embora parte dos senadores ainda não tenha declarado abertamente seus votos no julgamento final, o clima político já é de fim de mandato.

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“Salvo uma reviravolta, a presidente Dilma não volta. A tendência é que o governo Temer passe de temporário para definitivo”, sentencia ele, corroborando com a tese da oposição. “Até pela reação que tiveram, de buscar alguém como o [presidente em exercício da Câmara dos Deputados] Waldir Maranhão para anular o impeachment, prova que a batalha está perdida.”

Aragão reconhece que o período do governo interino de Temer é importante, mas acredita que o peemedebista só não pode “piorar a situação”. “É claro que a performance do governo Temer nos 180 dias tem influência e ele sabe que tem uma responsabilidade gigante, mas ele só não fica se for absolutamente trapalhão. A seu favor, Temer tem o fato de o governo Dilma ser extremamente ruim” , analisa.

Placar

No levantamento mais recente sobre os votos no Senado, embora o afastamento já esteja virtualmente confirmado, o placar final sobre o pedido do impeachment ainda não está consolidado.

Na votação desta quarta-feira, é preciso maioria simples dos presentes para aprovação do prosseguimento do impeachment, com ao menos 41 senadores no plenário. Com a Casa cheia (81), isso significa 41 votos.

No último levantamento do jornal O Estado de S. Paulo, 51 senadores declararam que são favoráveis à admissão do pedido de impeachment; 20 são contra; nove não declararam ou são indecisos. Neste cenário, já há número suficiente para afastar temporariamente a presidente Dilma.

Mas, pelo rascunho do placar da votação final, após os 180 dias, o governo Dilma poderia ser salvo, já que nesta etapa são necessários ao menos dois terços dos votos para aprovar o impeachment. Ou seja, neste cenário, a oposição ainda não atingiu os 54 votos necessários para o afastamento definitivo e a presidente Dilma retomaria o mandato.

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