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 | Fotos Públicas/Rafael Neddermeyer
| Foto: Fotos Públicas/Rafael Neddermeyer

A agência internacional de avaliação de risco Fitch Ratings informou na segunda-feira (20) que elevou o rating nacional de logo prazo do Paraná de AA (bra) para AA+ (bra), com perspectiva estável. A nota internacional do estado, entretanto, segue em BB, com perspectiva negativa, “refletindo a Perspectiva Negativa do Rating Soberano do Brasil”.

Segundo o comunicado, a elevação da nota reflete a consistente geração de receitas do Estado desde 2015, após o aumento das tarifas de impostos. A agência destacou “a adoção contínua de algumas medidas para reduzir as despesas e melhorar as receitas, a fim de atingir um patamar sustentável”.

Avaliação

Para a atribuição da nota, a Fitch considera quatro aspectos: as dívidas do estado, a economia, as finanças públicas e a gestão e administração.

Semana foi ruim para os pontos fortes paranaenses

Entre os fatores positivos do Paraná destacados pela Fitch em seu relatório, estão o desempenho positivo dos mercados de soja e frango e a reforma da previdência – que aplicada aos servidores estaduais poderiam reduzir os gastos com pagamento de inativos. Nos últimos dias, entretanto, esses dois “pontos fortes” foram abalados.

A operação “Carne Fraca”, deflagrada pela Polícia Federal na sexta-feira (20) teve seu epicentro no Paraná e tem o potencial de gerar prejuízos para o setor agrícola do estado. As denúncias sacudiram o mercado de carnes e, como consequência, já começa a preocupar o principal pilar do agronegócio brasileiro: o setor de grãos. Soja e milho são utilizados na fabricação de rações para animais de corte.

A outra mudança é referente ao anúncio de retirada dos servidores estaduais e federais da proposta de reforma previdenciária que o governo federal encaminhou ao Congresso Nacional. Com a decisão, qualquer mudança na aposentadoria dos servidores deverá ser tomada pelo governo do Paraná. No estado, o tema é sensível politicamente, já que foi uma discussão sobre a ParanáPrevidência que acarretou toda a violência do dia 29 de abril de 2015, no Centro Cívico, em Curitiba.

Como 93% da dívida estadual está ligada, direta ou indiretamente, ao governo federal, a agência considera que há baixo risco de refinanciamentos.

A respeito do cenário econômico, o comunicado destaca a estabilidade da contribuição do Paraná para a constituição do PIB nacional.

“A economia do estado é altamente influenciada pelo setor de serviços, além das commodities agrícolas, como a soja e o frango, voltados principalmente à exportação, os quais têm apresentado desempenho positivo”, avalia a Fitch.

O comunicado da agência também aponta tendência positiva na gestão e administração do estado.

“O Paraná vem construindo uma história de cooperação entre os Poderes Executivo e Legislativo, conforme evidenciado pela aprovação de algumas medidas para incrementar as receitas”, avaliam.

No entender da agência, a criação de fundos de reserva emergenciais, fundos de amortização para pagamentos da dívida, juntamente com a restrição ao uso de receitas não-recorrentes para despesas não-recorrentes, poderiam levar a Fitch a mudar este fundamento de rating para forte, de neutro, a médio prazo.

Em nota, o governador Beto Richa (PSDB) afirmou que o estado vai prosseguir com ajustes e medidas de atração de investimentos.

“A decisão da Fitch coincide com as nossas expectativas, pois os fundamentos econômicos e financeiros do estado estão mais sólidos agora”, disse o governador.

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