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No momento em que o PT é acusado pelos investigadores da Operação Lava-Jato de ter recebido propina de empresas fornecedoras da Petrobras por meio de doações oficiais de campanha, a corrupção é abordada em todas as teses das correntes do partido que serão apresentadas no Congresso da legenda. Apesar de o discurso de perseguição por parte da imprensa ter sido mantido, os documentos admitem responsabilidades da direção da sigla.

“As denúncias de corrupção – verdadeiras ou não – acabaram por golpear duramente a imagem do partido. Não podemos diluir nossas próprias responsabilidades na geleia geral em que se transformou grande parte do mundo político brasileiro”, afirma a tese do grupo majoritário PMB, do qual faz parte João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, preso desde o dia 15 de abril.

O documento do grupo ainda acrescenta ser necessário o partido sair das “páginas policiais”. A Mensagem destaca que a “corrupção ou conivência com a corrupção mina a própria identidade socialista do PT”. “Se antes era possível acusar um grupo ou uma corrente interna do PT por protagonizar as principais distorções que experimentamos no último período, hoje práticas que estão em desacordo com nossa ideologia, inclusive desvios éticos, atravessam a maioria das tendências”, diz a Partido para Todos.

Para o cientista político Cláudio Couto, professor da FGV, o reconhecimento de erros é benéfico para o partido. “Finalmente, o partido faz uma autocrítica. Acho que isso começou a aparecer até pela piora das avaliações. Vai ficando cada vez mais complicado fingir que tudo é fruto de uma conspiração”, avalia.

Como resposta à corrupção, as teses petistas indicam, como já havia sido discutido em reunião pelo diretório nacional, que o partido deve proibir o recebimento de doações de empresas. Há divergências se o veto deve ser restrito aos diretórios ou também aos candidatos

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