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Depois de um encontro com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em São Paulo, o senador Aloysio Nunes Ferreira (SP) disse que o panelaço ocorrido neste domingo foi uma reação ao “patético” pronunciamento da presidente Dilma Rousseff. Aloysio afirmou que a manifestação foi um “aperitivo” para o protesto que está sendo marcado para o próximo dia 15. Mas a cúpula do PSDB insiste na tese de que é preciso respeitar a democracia e não engrossar teses radicais como o impeachment da presidente. Há 15 dias, em encontro em São Paulo, Fernando Henrique dissera que Dilma estava “perdida”, mas que o PSDB precisava ter responsabilidade neste momento. A direção nacional do partido se reúne na próxima quarta-feira para analisar a conjuntura nacional e a postura a adotar no próximo dia 15.

A posição majoritária é de não “carimbar” o ato como sendo da oposição, ou do PSDB. Por isso, o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (SP), disse que não pretende comparecer a atos. Mas a manifestação de ontem surpreendeu os tucanos. O senador Aloysio foi um dos primeiros a anunciar que participará dos atos do dia 15, mas condenou radicalismos. “O panelaço foi uma resposta ao longo insulto contra a inteligência dos brasileiros, que foi aquele pronunciamento de 16 minutos da presidente Dilma. Foi apenas um aperitivo do que vai acontecer dia 15. Foi um dos pronunciamentos mais insensatos e patéticos que já vi na minha vida”, disse Aloysio.

O senador tucano disse que a “força” do movimento está no seu caráter suprapartidário. Nesta segunda-feira, Aloysio participou, em São Paulo, no Instituto Fernando Henrique, de um debate justamente chamado de “As perspectivas do novo governo”. Perguntado sobre a questão do impeachment, Aloysio repetiu que o PSDB não acredita que esse seja o caminho. Fernando Henrique dissera, na semana passada, que estará em viagem ao exterior no próximo dia 15. “A nossa posição é mais de fazer a oposição do dia a dia. Disse (no debate) que a oposição quer ver a presidente sangrar, mas no sentido de que a oposição vai aprimorar o seu papel, fazer a oposição do dia a dia”, afirmou Aloysio.

Já o líder da minoria no Senado, Alvaro Dias (PSDB-PR), fez um discurso afirmando que o panelaço foi a demonstração de que a população está insatisfeita com o governo.

“Imagino que a presidente perdeu por não ficar calada. Acho que o seu pronunciamento não acrescentou, não significou um passo adiante na recuperação da credibilidade perdida. Aliás, não há pronunciamento que convença quando a credibilidade está no fundo do poço. O pronunciamento da presidente só poderia ser confrontado com o panelaço. E não se diga que o panelaço foi organizado pela oposição partidária. Ele tem origem na oposição nacional, na oposição popular, na indignação da nossa gente diante das fraquezas e mazelas do Governo. Sim, é oposição, oposição ao status quo, oposição a este modelo, oposição a este Governo, oposição a estes erros, a estes escândalos, como será a manifestação do próximo dia 15 nas ruas do Brasil”, disse Alvaro Dias.

Agripino

O DEM está com uma atuação mais crítica à presidente Dilma. O presidente nacional do DEM, senador José Agripino (RN), reagiu às insinuações do PT de que a manifestação deste domingo fora financiada pelos partidos de oposição. “As insinuações do PT de que a oposição financiou o ‘panelaço’ traduzem a falta de sintonia entre os petistas e o sentimento das ruas. As declarações de que as manifestações espontâneas foram custeadas beiram o ridículo. Esse tipo de acusação só faz aumentar a indignação de milhares de brasileiros que criticam o desgoverno da gestão petista”, disse Agripino, no Twitter.

O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), disse a aliados que a oposição não pode repetir a postura de 2005, quando teria sido benevolente com o ex-presidente Lula, no caso do mensalão.

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