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Dilma e o argentino Adolfo Pérez Esquivel  se encontram em Brasília | Roberto Stuckert Filho/PR
Dilma e o argentino Adolfo Pérez Esquivel se encontram em Brasília| Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Nobel da Paz, o argentino Adolfo Pérez Esquivel afirmou que um “golpe de Estado” está em curso no Brasil. Pérez encontrou-se com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto nesta quinta-feira (28). Ele disse que o caso brasileiro tem a “mesma metodologia” de “golpes” em Honduras e Paraguai, e que espera que o Mercosul e a Unasul não reconheçam o eventual governo de Michel Temer. Entretanto, os dois blocos têm dado sinais de que não rejeitarão o impeachment de Dilma.

‘Logicamente, temos muito claro que o que está sendo preparado aqui é um golpe de Estado encoberto. É o que nós chamamos de golpes brancos”, declarou Pérez.

Alfredo Pérez ressaltou que no processo de impeachment brasileiro não há participação das Forças Armadas, mas que configura-se um “golpe” com a “mesma metodologia” de casos como Honduras e Paraguai, que estavam sob o comando dos presidentes Manuel Zelaya e Fernando Lugo, respectivamente.

Em 2012, Dilma e a então presidente argentina Cristina Kirchner estiveram à frente da aplicação da cláusula democrática do Mercosul para suspender o Paraguai do bloco.

Pérez disse que o eventual impeachment significaria um “retrocesso” também para o continente latino-americano, e que espera que a Unasul e o Mercosul rejeitem o processo. É pouco provável que isso aconteça. No Mercosul, somente a Venezuela concorda com a tese de “golpe”. Já na Unasul, a reunião do último sábado não abordou o tema.

Alfredo Pérez falou também que a esquerda na América Latina precisa fazer uma “autocrítica”, e pediu que as políticas sociais tenham mais execução.

“ A esquerda muitas vezes tem poucos discursos e poucas práticas. É muito contraditório. Quando se fala nas políticas sociais, tem que trabalhar as políticas sociais. Não somente discursos”, disse Pérez.

O argentino, laureado com o Nobel da Paz em 1980 pelo enfrentamento à ditadura argentina, foi um dos coordenadores do Serviço Paz e Justiça na América Latina, ONG que prega a não-violência e a defesa dos Direitos Humanos. O organismo é consultivo das Organização das Nações Unidas (ONU) e tem sede também no Brasil.

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